AS GRANDES MUDANÇAS NA IURD
26 de outubro de 2017 – Prossigo nas abordagens históricas e de atualidades, a propósito de pesquisa da DataFolha sobre a influência de igrejas na decisão do voto de seus fiéis: na noite de quarta, 25, acompanhei a votação de alguns deputados que se apresentam como religiosos – pastores ou leigos da Bancada Evangélica – e alguns sabidamente católicos. Heros Biondini, cantor de músicas sob a égide do Movimento Carismático Católico, membro da Canção Nova, votou pró-Temer. O que não surpreendeu. Assim como não me surpreendeu o grande número de ditos evangélicos que votaram com o relator, ficando, pois, com Temer.
SURPRESAS MINEIRAS
O que me surpreendeu mesmo foi ver um cabo da PM-MG, deputado federal, bradar em altas vozes contra Temer, esbravejar contra o governo, e votar o “não”, colocando-se a favor de a denúncia ser apreciada pela Câmara.
O cabo é membro da Evangelho Quadrangular de Belo Horizonte, denominação que há muitos mandatos elege para a mesma Câmara o veterano deputado federal Aroldo Oliveira.
Aroldo votou contra Temer, clamando por justiça, contra a corrupção, e em favor “do povo pobre”.
SÃO CONSERVADORES
Quando cito dois exemplos de deputados conservadores em matéria de costumes, pertencentes a uma igreja evangélica “não de extremos”, percebo que alguma coisa está mudando na chamada Bancada Evangélica.
De qualquer forma, por outro lado, sou obrigado a concordar com o Fábio Campana, acurado leitor da pesquisa: a Igreja Universal do Reino de Deus, IURD, a mais poderosa (materialmente) das denominações evangélicas, tem seu plano próprio para o futuro político do Brasil.
COM TEMER
Desta vez, percebi, seus deputados ainda votaram com Temer. Mas caminham, por ordem de Edir Macedo, para um rumo solo. Esse caminho solitário, de início, fará a IUR – adverte-me Campana – mudar radicalmente seus representantes políticos nos Estados. Isso poderá significar, no Paraná, a “aposentadoria” do pastor deputado Praczik, e do pastor Oliveira, este ex-deputado federal, dos quadros da IURD.
ORDEM É RENOVAR
Em todo o Brasil a ordem da IURD é renovar a representação da Igreja nos legislativos, e despir seus pares eclesiásticos de títulos como pastor e bispo. Afinal, o grande projeto, a eleição de Marcello Crivella a presidente da República, futuramente, requererá um distanciamento da Igreja do seu candidato. Claro que apenas aparentemente.
(SEGUE)
