46% DOS EVANGÉLICOS REJEITAM LULA
Quando me recordo das inúmeras vezes que a imprensa registrou, nos governos Lula e Dilma, manifestações de igrejas evangélicas pró PT e Lula, com sucessivas entregas de bíblias e preces no Palácio do Planalto, quase não acredito nos números de hoje do DataFolha: 46% dos evangélicos ouvidos pela pesquisa de intenção de voto rejeitam o líder petista; entre católicos, Lula é rejeitado por 39%.
Jair Bolsonaro, agora convertido à Igreja Assembleia de Deus Vitória Amor em Cristo, batizado que foi pelo pastor Malafaia, é mais bem aceito pelos evangélicos. E nas intenções de votos, o capitão da reserva está sempre em segundo lugar na preferência do eleitorado brasileiro.
Esse eleitorado não está muito interessado em eventuais demonstrações e definições não democráticas de Bolsonaro. Acha-o encarnação “do bem”…
SÓ PRA LEMBRAR
No mundo do sagrado – ou no da relação das igrejas com a política – as coisas são assim mesmo. Quem diria, por exemplo, que boa parte das assembleias de Deus e o todo da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) apoiaram decididamente Lula e Dilma, em outros dias?
SABEDORIA, ENFIM
A Igreja Católica, agora sábia, com seus 2 mil anos de vida, e depois de ter feito muitas bobagens na sua vertente “humana”, com lamentáveis alianças políticas, como com Franco, nas Espanha; Getúlio, no Brasil; Pinochet no Chile, com alguns outros deslizes na Argentina -, não mais mete a mão em cumbuca.
A CNBB, nos últimos 20 anos, pelo menos, só discute e se manifeste sobre temas políticos que envolvam o chamado bem comum. Estão longe os dias em que expressiva parte do clero e dos bispos formaram claramente em favor do PT, desde sua fundação em São Paulo, quando o hoje cardeal Cláudio Humes esteve ao lado das massas, com Lula, em Santo André.
A EXPERIÊNCIA LEC
Quem conhece história, sabe que Getúlio, em meio à grande contribuição que deu ao processo de modernização do país, foi um ditador. As barbaridades de GV ficavam por conta especialmente do torturador Felinto Muller. Mesmo assim, a Igreja Católica, então absoluta no Brasil, foi defensora, a partir do cardeal Leme, do Rio, dos governos Vargas. E ganhou expressivas contrapartidas, uma delas a declaração de Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil.
O mais expressivo e forte braço político da Igreja no Brasil foi a LEC , Liga Eleitoral Católica, que exercia forte influência no rebanho, dizendo em quem e quando deveriam os fiéis votar.
No Paraná, o grande Ney Braga, o responsável pela modernização do Estado, teve também apoio da LEC. (SEGUE)