sábado, 7 dezembro, 2024
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Igrejas influenciam pouco na hora do voto (3)

46% DOS EVANGÉLICOS REJEITAM LULA

Quando me recordo das inúmeras vezes que a imprensa registrou, nos governos Lula e Dilma, manifestações de igrejas evangélicas pró PT e Lula, com sucessivas entregas de bíblias e preces no Palácio do Planalto, quase não acredito nos números de hoje do DataFolha: 46% dos evangélicos ouvidos pela pesquisa de intenção de voto rejeitam o líder petista; entre católicos, Lula é rejeitado por 39%.

Jair Bolsonaro, agora convertido à Igreja Assembleia de Deus Vitória Amor em Cristo, batizado que foi pelo pastor Malafaia, é mais bem aceito pelos evangélicos. E nas intenções de votos, o capitão da reserva está sempre em segundo lugar na preferência do eleitorado brasileiro.

Esse eleitorado não está muito interessado em eventuais demonstrações e definições não democráticas de Bolsonaro. Acha-o encarnação “do bem”…

SÓ PRA LEMBRAR

No mundo do sagrado – ou no da relação das igrejas com a política – as coisas são assim mesmo. Quem diria, por exemplo, que boa parte das assembleias de Deus e o todo da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) apoiaram decididamente Lula e Dilma, em outros dias?

Getúlio Vargas: com as bênçãos da Santa Madre
Getúlio Vargas: com as bênçãos da Santa Madre

SABEDORIA, ENFIM

A Igreja Católica, agora sábia, com seus 2 mil anos de vida, e depois de ter feito muitas bobagens na sua vertente “humana”, com lamentáveis alianças políticas, como com Franco, nas Espanha; Getúlio, no Brasil; Pinochet no Chile, com alguns outros deslizes na Argentina -, não mais mete a mão em cumbuca.

A CNBB, nos últimos 20 anos, pelo menos, só discute e se manifeste sobre temas políticos que envolvam o chamado bem comum. Estão longe os dias em que expressiva parte do clero e dos bispos formaram claramente em favor do PT, desde sua fundação em São Paulo, quando o hoje cardeal Cláudio Humes esteve ao lado das massas, com Lula, em Santo André.

A EXPERIÊNCIA LEC

Quem conhece história, sabe que Getúlio, em meio à grande contribuição que deu ao processo de modernização do país, foi um ditador. As barbaridades de GV ficavam por conta especialmente do torturador Felinto Muller. Mesmo assim, a Igreja Católica, então absoluta no Brasil, foi defensora, a partir do cardeal Leme, do Rio, dos governos Vargas. E ganhou expressivas contrapartidas, uma delas a declaração de Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil.

O mais expressivo e forte braço político da Igreja no Brasil foi a LEC , Liga Eleitoral Católica, que exercia forte influência no rebanho, dizendo em quem e quando deveriam os fiéis votar.

No Paraná, o grande Ney Braga, o responsável pela modernização do Estado, teve também apoio da LEC. (SEGUE)

96-Dilma e Lula com evangélicos

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