
Na tarde de 29, a Arquidiocese de Curitiba lançou nota em apoio à posição de outras denominações religiosas do Paraná que estão contra a liberação da venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol. Para a Arquidiocese, a convocação é para que os católicos protestem, mas pacificamente.
ANTES TARDE QUE NUNCA
A nota da Arquidiocese é oportuna e significa alguma forma de “remissão” da Santa Madre, pelo menos em Curitiba, pois as paróquias católicas ficaram marcadas ao longo da história do Brasil pela facilitação do consumo de álcool em suas chamadas “festas de igreja”.
Até pouco anos, não se admitiam festas de igreja sem a presença forte de cervejas, cachaças, vinhos, etc.
AGORA, TODOS SÓBRIOS
Nos últimos anos, a CNBB criou a chamada Pastoral da Sobriedade, que havia sido entregue ao padre Ceconello, que mantém ampla obra social de tratamento de distúrbios psiquiátricos em Campina Grande do Sul. Desses distúrbios, é bom lembrar, boa parte deriva do consumo de álcool, considerado uma das drogas mais devastadoras do ser humano pela Organização Mundial da Saúde. Há quem afirme que o álcool só perde para o ópio, na geração de danos físicos e psíquicos ao ser humano.
“CRENTES” ERAM CONTRA
Antes mesmo da onda avassaladora de conversões ao neopentecostalismo hoje observada no Brasil (iniciado na década dos 1990) os protestantes (ou evangélicos, como queiram,) já eram contra o álcool, que consideram pecaminoso. Alguma coisa quase ligada à chamada salvação do crente, assim o uso do álcool foi visto.
Os neopentecostais, como regra, são absolutamente abstêmios.
CASO ADVENTISTA
E a Igreja Adventista do Sétimo Dia, que tem um formidável programa de valorização da saúde humana e de apoio a alimentação saúde – isenta de cafeína, por exemplo -, nasceu pregando tal estilo de vida.
Fundada por Ellen G.White, em meados do século 19, a Igreja é conhecida particularmente pela guarda do Sábado e pela pregação de uma vida saudável, princípios de que não abrem mão.
O VINHO DA MISSA
É sabido que são altos, no Brasil, Estados Unidos e Irlanda – pelo menos nesses três países – os índices de sacerdotes católicos alcoólatras. O Vaticano, com seu largo olhar, divulgou recentemente documento em que permite a substituição do vinho por suco de uva nas missas, no mundo todo. Isso para evitar o agravamento de situações em que o uso do álcool agravaria quadros de alcoolismo de padres.
PADRES ALCOÓLATRAS
Dirigido por um padre redentorista norte-americano (padre Guilherme), funciona em Curitiba uma instituição que, em regime de internato, trata de drogados do clero, freiras e outros religiosos. Usam-se Psicologia, Medicina e terapia religiosa no tratamento.
Não há vagas na casa, denominada Vida Nova: é enorme a lista de espera de candidatos à desintoxicação (ou cura?), vindos de todo o Brasil.
LUTERANOS E EPISCOPAIS
As exceções protestantes ficaram, quase sempre, nos primórdios do protestantismo no Brasil do século 19 em diante, com as igrejas Luteranas (Sinodal) e Episcopal (Anglicana). Nunca proibiram o álcool aos seus fiéis.
Com o tempo, outras foram afrouxando na “disciplina contra o álcool”, como a Presbiteriana do Brasil.
NO LAR DAS MENINAS
Até dois anos atrás, padre Ceconello dirigia reuniões e celebrações litúrgicas voltadas ao combate à drogadição. Com ênfase no combate ao álcool.
A Pastoral da Sobriedade teve seu primeiro endereço no antigo “Lar das Meninas”, nas Mercês, que o Governo cedeu em comodato à Pastoral da Criança da CNBB (Dra. Zilda Arns).
Os trabalhos do sacerdote e sua equipe realizavam-se diariamente na antiga capela do Lar das Meninas, instituição criada nos anos 1930.
