sábado, 19 abril, 2025
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Histórias de restaurantes & comidas (parte 8)

Por Eloi Zanetti Havia na praça do Cemitério Municipal um barzinho especializado em caipirinhas e frutos do mar, especialmente casquinhas de siri. A turma do Diário do Paraná começou a frequentá-lo e, de vez em quando, algum jornalista citava as delícias da sua cozinha. Estimulada pelas notícias, a burguesia curitibana começou a fazer ali o seu ponto de aperitivos – o lugar virou moda. Com a frequência dos novos e endinheirados clientes o dono do bar resolveu tratar com desprezo aqueles que promoveram o seu sucesso, nós do Diário do Paraná.

Certa noite saímos do jornal e fomos para lá e, de imediato, o Cicero Cattani sentiu certa animosidade por parte do proprietário, parecia que a nossa turma, sempre bagunceira e falando alto – não era mais bem vinda. Enquanto esperávamos por mesa o Cicero viu estacionados vários caminhões de lixo e seus profissionais conversando na calçada. Não teve dúvida, chegou à turma e convidou-a: “vocês querem comer casquinhas de siri por minha conta?” – É claro! – “Venham comigo!”.

E entrou no bar acompanhado por uns 10 lixeiros, encostaram-se no balcão e ele fez o pedido. Enquanto o proprietário fulminava com os olhos o nosso parceiro e os clientes assistiam assustados a invasão em tão “seleto” ambiente o Cicero esboçava um sorriso irônico. Deixamos de frequentar o bar que tempos depois fechou, pois havia deixado de ser moda.

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