Por Eloi Zanetti – Há muitos anos, ao conversar com o amigo e publicitário paulista Rafael Sampaio, quando da sua passagem por Curitiba para uma palestra, comentamos que na cidade havia poucos restaurantes de bom nível, como os de São Paulo. Dava para contar nos dedos os lugares de se comer bem naquela época – Ile de France, Bologna (que depois virou Caliceti di Bologna) e o Boulevard. Para não haver questionamentos, estou falando da década de 1970. É claro que havia também boas casas, mas sem nenhuma sofisticação quanto ao cardápio e ao ambiente.

No meio da conversa meu amigo paulista falou: “É porque em Curitiba ainda não existem grandes empresas, são elas que sustentam os locais mais refinados. Pense bem, restaurante precisa de fluxo diário para se sustentar, aqui ainda não existe quantidade suficiente de pessoas jurídicas para frequentá-los e, até para uma família almoçar em um restaurante desse, a despesa fica alta, afinal quem paga a conta da sofisticação são as pessoas jurídicas.”
O tempo passou, vieram as grandes empresas, a cidade mudou, casas sofisticadas surgiram e os preços acompanharam o mercado, isto é, subiram.