
Há também os chamados “mordomóveis”, veículos identificados por estarem a serviço de interesses privados, segundo fontes da Câmara.Tudo dessa relação estranha vai marcado pela falta de nova licitação. Essa dinheirama daria para terminar a Linha Verde…
Atento leitor deste site/Coluna encaminha-nos material no mínimo interessante, sobre o contrato de locação de veículos do Município de Curitiba. Assustadoramente, a documentação mostra a cidade tem um contrato de R$ 369.449.802,84 com uma única empresa, chamada de Cotrans.
Essa locadora, diga-se, a bem da verdade, tem história, vem servido há pelos 30 anos as diversas administrações quer passaram. Nunca, nesse tempo, deixou de chamar a atenção de cidadãos preocupados com a clareza das relações da empresa com o poder público.
Entre os veículos utilizados, encontram-se muitas viaturas utilizadas como “mordomóveis”, expressão que utilizamos aqui para designar veículos públicos usados no interesse privado, “com motoristas pagos com dinheiro público”. Segundo um vereador.
Muitos veículos são utilizados por superintendentes e servidores de alto escalão para atividades particulares. A falta de transparência facilita o uso indevido.

ASSUSTADOR: 35 ADITIVOS
O Contrato da Cotrans sofreu 35 (trinta e cinco) aditivos que resultaram em um valor acumulado de R$ 370 milhões. Este dinheiro em uma conta básica daria para terminar a Linha Verde, bem como fazer obras (viadutos?) necessárias para desafogar vários pontos críticos da cidade.
O contrato deveria ter se encerrado em 2021, mas foi prorrogado por mais 12 meses. Não se informam razões para dispensar uma nova licitação para os veículos.
SEM TRANSPARÊNCIA
Uma leitura atenta do contrato demonstra que inexiste uma relação de veículos e placas, informando quais automóveis estariam à disposição do poder público, existindo a possibilidade real de pagamentos por veículos desnecessários. A ausência de publicidade das placas dos carros dificulta a fiscalização cidadã, essa é que é a verdade.

Se depender da vontade do prefeito Rafael Valdomiro Greca de Macedo não será publicada nenhuma placa, para não prejudicar o bom andamento do contrato, “e dos interesses não republicanos”.
Vale lembrar que durante os anos de 2017 e 2018, o assessor Lucas Navarro de Souza usou caminhonete locada da Cotrans para percorrer a 5,4 quilômetros entre sua casa, na rua João Polak, no Pilarzinho, até a sede da Prefeitura ou ir em direção ao apartamento do prefeito na Coronel Dulcídio. Nesse período, Lucas gastou quase R$60 mil locando um carro, uma Hilux, sem contar o custo para encher 80 litros do tanque de combustível do veículo, mais manutenção do carro. Contudo, perto dos R$370 milhões isto parece apenas com uma troca simples de favores.

As secretarias de Greca que mais gastam dinheiro com veículos são a Secretaria de Governo, de Luiz Fernando Jamur, com R$8 milhões e meio em locação; a Fundação de Ação Social, de Maria Alice Erthal , com R$9 milhões; a Secretaria de Saúde, da Secretária Beatriz Battistella Nadas, com R$15 milhões. Depois, seguem as secretarias municipais l de Educação e a de Defesa Social e Trânsito.
A definição da frota para os comissionados é realizada pela Secretaria de Governo, pelo simples motivo de ser a Secretaria responsável pelo governo e política do município. Jamur, o secrtetário de Governo, não é apenas detentor de chaves que abrem os cofres da Prefeitura, como no caso Cotrans. Ele seria um arquivo ambulante do qual – mesmo se quisesse – o alcaide Greca não poderia livrar-se hoje. E é nome que se apruma para concorrer como vice de Eduardo Pimentel Slaviero (uma boa exceção administrativa em meio ao caudal de “yes man” de Greca.
