quarta-feira, 15 janeiro, 2025
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FRANCISCO CONTRA A MÁFIA

por Rodolpho Feijó (correspondente da coluna em Londres)

 

O Papa Francisco deu mais um passo de luz em seu pontificado.

Nesta sexta-feira, em Roma, o santo papa criticou uma instituição de poderosa influência oculta no Vaticano: a Máfia.

Foi um ato de honrada coragem, que cortou laços históricos da Igreja com i mafiosi que datam desde a Unificação da Itália, em 1861.

Os últimos anos têm sido marcados por um levante do crime organizado na Itália. Poderosos grupos como N’draghetta, Cosa Nostra e Camorra, que controlam as regiões da Calabria e Sicilia, recentemente promoveram uma série de bárbaros atentados contra a vida de inocentes em todo o país. Em 2005, enquanto arcebispo de Buenos Aires, o Papa já havia escrito um artigo criticando a Máfia. Agora a retórica transformou-se em prática.

UMA LUTA ALÉM DAS PALAVRAS

A atitude de Papa Francisco contrapõe uma anciã posição do Vaticano em relação à Máfia. Em sua jornada pela moralização e o amor, o Papa luta contra incrustradas atividades mafiosas junto ao IOR – como o tenebroso assassinato do presidente do Banco Ambrosiano, encontrado enforcado em 1983 sob a ponte Blackfriars, em Londres. Apenas em 1993, com João Paulo II, o público ouviu uma condenação papal contra a Máfia. Dois meses após o pronunciamento, as Igrejas de San Giovanni e San Giorgio sofriam fortes atentados a bomba.

Trata-se, afinal, do enfrentamento contra um perigoso e violento inimigo, responsável por crimes da mais pútrida espécie.

Segundo a ONU, o crime organizado italiano movimenta 113 bilhões de euros anualmente. Drogas, sequestros, assassinatos e lavagem de dinheiro – a Máfia age nas sombras. Mas a luz de Francisco é maior que todas elas.

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