domingo, 29 junho, 2025
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FRANCISCHINI NÃO TEME FALTA DE VOTOS OU RECURSOS PARA SER PREFEITO DE CURITIBA

Em 2018, ressurgiu com toda a carga, e gana, obtendo 440 mil votos, a maior votação já conseguida por um deputado estadual no Paraná.

Fernando Francischini, Antonio Bivar, dom Peruzzo, Antonio Rueda (PSL).

Fernando Francischini pode ter arranjado alguns desafetos quando de sua passagem pela Secretaria de Segurança Pública de Beto Richa, quando a Polícia Militar excedeu-se no confronto físico com professores defronte à Assembleia Legislativa. O episódio histórico de repressão policial rendeu alguns adversários para o resto da vida, como professores da APPSindicato (CUT) e outros, sem ligações partidárias.

Na época deputado federal, Francischini depois retornou a Brasília para cumprir o restante de seu mandato federal, e “ressuscitou”, em 2018, contra todas as previsões, fazendo-se o deputado estadual com a impressionante votação de 440 mil votos, por ninguém antes conseguida em tal escala. Uma vitória esmagadora nas urnas, contra todas as previsões.

 

VOTO DOS CURITIBANOS

Um animal político por excelência, Francischini, delegado licenciado da PF – famoso por ter prendido o traficante Abadia -, não tem dificuldade nenhuma em expor seus trunfos: “tive mais votação em Curitiba, em 2018, que Cida Borghetti para o Governo, que fez 110 mil votos; e Beto Richa, com 90 mil para o Senado. Obtive 140 mil votos na Capital…”

 

“PRECISA DE PREFEITO”

Articulador político de grande porte, não apenas viu seu filho ser escolhido presidente da CCJ da Câmara dos Deputados, em 2019, como ele mesmo seu elegeu presidente da poderosa CCJ da Assembleia Legislativa do Paraná, por onde, obrigatoriamente, passam todas as iniciativas que, no final, acabam interessando a parlamentares e governo.

 

AMIGO DE NEY

Amigo pessoal de Ney Leprevost, uma amizade que, diz, vem de família, e dos tempos de colégio, Francischini não esconde admiração pelo ainda secretário de Justiça, Família e Trabalho. Assim como não aposta todas as fichas que Leprevost consumará seu projeto de candidato.

Dificilmente se ouve de Francischini palavras duras, nem mesmo contra o alcaide Rafael Greca de Macedo, em quem enxerga ser “um zelador de Curitiba”. Mas insiste Francischini que Curitiba “agora precisa de um prefeito, e eu me coloco à disposição da cidade.”

 

“SÓ DA ELITE”

O discurso de Francischini (PSL, comandado por Bivar), em certos momentos pode soar a diplomático. Noutros, é enfático, duro, sem ser desrespeitoso nem pontuado de gracejos como a fala de Greca:

– O prefeito Rafael Greca governa para as elites, para 20% da cidade.
Esquece os bairros, as populações carentes. Aliás, assim age dentro do tom com que se apresentou na campanha – ele não gosta de pobre, do cheiro de pobres…”

Bem assessorado, ele tem a seu lado poucos profissionais, que não fazem “show off”, mas trabalham forte, com inteligência, como Nani, a jornalista que sabe muito mais da política paranaense dos últimos 20 anos do que a vã filosofia.

Em breve, o candidato, poderá, quem, sabe, escolher alguém do marketing político para acompanhá-lo.

 

REGIÃO METROPOLITANA

Pois é justamente sua assessoria que sustenta a informação passada por Francischini à Coluna/Blog, quando examina seus nichos eleitorais. Um deles, garante, está até entre gente da Região Metropolitana de Curitiba (que totalizam 200 mil eleitores votando em Curitiba. Têm domicílio eleitoral na Capital).

E obteve votação também impressionante na RMC, mais de 100 mil votos.

Para o presidente da CCJ da ALEP, os bairros de Curitiba estão abandonados e o prefeito só se preocupa com asfalto, especialmente em áreas “espelhos” da cidade. Os eleitores dos bairros são 80% dos que escolherão o prefeito.

 

CORONAVÍRUS

Antenado com o momento, sabe que a próxima a campanha de prefeito será atípica, e terá enorme no exame da saúde pública, razão pela qual, admite, seu vice poderá ser alguém da área, “muito maltratada por Greca”.

 

3 QUEREM SER VICE

Segundo deputado, há muitos candidatos a vice de sua chapa. Pelo menos três deles com alta densidade eleitoral, mas cujos nomes mantém em sigilo. Aproveita a questão saúde pública para alfinetar o Governo do Estado e a Prefeitura:

– Há muitos casos de coronavírus em Curitiba, e no Paraná todo. Ocorre que reina a subnotificação e, assim, vamos passando bem no filme, com Greca pintando um mundo de assepsia e de que estaríamos livres do mal do século.

– Faltam exames para identificar o portador do vírus covid-19, razão da baixa notificação.

 

FLÁVIA, VICE

O candidato Francischini nunca escondeu que o prefeito Greca de Macedo por diversas vezes ofereceu a vaga de vice a sua esposa, Flávia Francischini. Assunto que, por decisão do deputado e da mulher nunca prosperou. Ela hoje se dedica ao lar, depois de, por anos, ter sido escrivã da Polícia Federal.

 

CANDIDATO JÁ

Francischini, um dos 3 dirigentes nacionais do PSL, ao lado de Bivar (presidente) e Antonio Rueda (primeiro vice-presidente) é o poderoso secretário geral do partido que terá em mãos R$ 300 milhões do Fundo Eleitoral. Está, pois, no controle do diretório nacional, a quem caberá decidir o destino dos investimentos eleitorais.

 

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NA HORA DAS CARTAS

 

Francischini mantém-se calado quando falo do poder de fogo do seu PSL, expresso sobretudo nos R$ 300 milhões que disporá o partido para gastar a partir do Fundo Partidário. Um dinheiro que pode ser usado amplamente para afirmar os interesses da legenda.

 

O silêncio do pré-candidato a prefeito de Curitiba pode explicar-se no fato de que ele já sabe que o PSL colocará a maioria de suas fichas na sua candidatura.

“O PSL vai destinar recursos a candidatos com chances de ser eleger, e minha candidatura é das mais promissoras”, explica o parlamentar.

Grosso modo, fazendo as contas em face da atual legislação eleitoral, com 53 deputados federais do PSL, a candidatura de Francischini terá 10% do horário eleitoral no rádio e televisão, ou dois minutos; enquanto Greca, do DEM, com 29 deputados, terá um minuto, tempo que poderá ser ampliado pelas coligações.

Homem prevenido, político atilado, membro da Assembleia de Deus – mas espírito ecumênico – Francischini estava agendando entrevista com o arcebispo metropolitano de Curitiba, dom Peruzzo. Sabe que a cancha da Igreja Católica, mestra da história do Ocidente cristão, não pode ser desprezada.

Por isso, não fará visita de salamaleques, como aquelas que Greca, dono de cultura ornamental e de uma fé cristã gongórica, faz habitualmente ao arcebispo.

O deputado candidato a prefeito irá ao bispo em busca de recolher sugestões de alguém que, acredita-se, deve estar afinado com o espírito de devoção aos mais necessitados, de acordo com a pregação do papa Francisco, pontífice que não teme o cheiro dos pobres. (AMGH)

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