domingo, 7 setembro, 2025
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Filho e irmão de Beto Richa vão buscar mandatos eletivos

Os-Richa

As chamadas ‘grandes famílias da política’ fazem um assunto aparentemente inesgotável. E de dimensões mundiais. Se não, veja-se apenas o exemplo norte-americano, na qual a dinastia “Bush” emplacou 2 presidentes de enorme visibilidade e que, até dias atrás, tentava viabilizar o nome de Jeb Bush, ex-governador da Flórida, nas primárias do Partido Republicano.

O Brasil não fica distante desse quadro.

Jango Goulart, embora não ligado por vias sanguíneas a Getúlio Vargas, era como “um filho” do caudilho dos Pampas; assim como Leonel Brizola era cunhado de Jango, embora repetidamente LB dissesse que “cunhado não é parente”. Os Brizola se multiplicaram na política, como deputados e ministro do Trabalho.

“Na verdade, Richa aperfeiçoou sua maneira de fazer vida política na grande escola de Ney Braga, de quem chegou a ser um dos assessores diretos, no começo de sua vida pública, no Palácio Iguaçu. Um dia, “libertou-se” de Ney e acabou gerando sua própria linhagem.”

No Paraná foram paradigmáticas as famílias Munhoz da Rocha e Camargo, entrelaçadas por laços sanguíneos, responsáveis por uma sucessão de presidentes e governadores do Estado, além de ministros, muitos deputados estaduais e federais, e um sem número de secretários estaduais e autoridades em muitos escalões da vida paranaense.

OS RICHA

Filho de um pobre, absoluto carente, mascate libanês cristão, que vendia suas mercadorias – inicialmente – em lombo de burro, no Estado do Rio de Janeiro, José Richa deu partida a uma fértil linhagem do universo político paranaense. As bases ele montou no Norte do Paraná, depois de ter passado como aluno interno de um colégio “top de linha” daquela Região, o Cristo Rei, dirigido pelos padres palotinos (de origem alemã).

Ali conviveu com filhos da melhor burguesia do Norte do Estado.

José não foi apenas um governador de grande visibilidade, tendo deixado bom legado administrativo no Estado, depois do ‘start’ dado em Londrina, de onde foi prefeito.

Na verdade, ele aperfeiçoou sua maneira de fazer vida política com a grande escola de Ney Braga, de quem chegou a ser um dos assessores diretos, no começo de sua vida pública, no Palácio Iguaçu. Um dia, “libertou-se” de Ney e acabou gerando sua própria linhagem.

O primeiro e mais forte exemplo da ‘dinastia’ Richa – sem contar o nome de José Richa – foi-se firmando com o deputado estadual Beto Richa (Carlos Alberto Richa), depois prefeito de Curitiba por duas vezes e governador do Paraná em dois mandatos (o último, em plena vigência).

A novidade que me chega é que a dinastia Richa se expandirá, dando sinais de que poderá ser longeva: o filho de Beto e Fernanda Richa, Marcello – que foi secretário de Esporte da Prefeitura e Curitiba, no governo de Luciano Ducci – sairá candidato a deputado estadual em 2018; o irmão de Beto – José Richa Filho – o “Pepe” – atual secretário de Infraestrutura, quer viver em Brasília. Será candidato a deputado federal.

Beto Richa é candidato a senador m 2018. Com enorme possibilidade de ser eleito, segundo avaliadores de nosso mundo eleitoral.

OS REQUIÃO

Da família Requuião o ex-gorvernador e senador Roberto Requião e seu filho Maurício Thadeu de Mello e Silva (Requião Filho), deputado estadual candidato à Prefeitura de Curitiba.
Da família Requuião o ex-gorvernador e senador Roberto Requião e seu filho Maurício Thadeu de Mello e Silva (Requião Filho), deputado estadual candidato à Prefeitura de Curitiba.

O discurso de cunho “moralizante” do senador Roberto Requião de Mello e Silva não o fez passar incólume, depois de dois mandatos de prefeito de Curitiba e 3 de governador do Estado, de acusações sobre uso indevido da “chamada máquina do Estado”. Uma das mais persistentes foi o apoio consistente ao seu irmão – o chamado “primeiro irmão” – Eduardo, na Administração do Porto de Paranaguá e Antonina. A gestão de Eduardo esteve muitas vezes sobre o escrutínio de investigações do MP. Por último, ele foi investigado pela PF sobre a origem de U$ 300 mil dólares encontrados em sua casa. Mas jamais sofreu – é verdade – qualquer condenação judicial.

Roberto Requião nasceu à sombra de José Richa. O “slogan” que alavancou nos 1980 sua eleição a deputado estadual (sem nunca dantes haver exercido mandato eletivo) foi “Quem é Richa é Requião, irmão”.

Não demorou muito para que a criatura Requião se virasse contra o criador Richa e ele, carismático, com grande poder de comunicação, montasse as primícias de sua dinastia. Os primeiros sinais de que ela quer se expressar está no lançamento de Requião Filho, o jovem deputado estadual, candidato a candidato a prefeito de Curitiba.

Outro irmão de Roberto, ex-secretário de Educação do Paraná, que ainda luta para ser reconhecido conselheiro do Tribunal de Contas Estadual, é conselheiro de Itaipu. Roberto é candidatíssimo a novo mandato no Senado, e com grande possibilidade de ser eleito.

OS BARROS

O clã Barros reunido com Silvio secretário de Planejamento do Paraná que concorre à reeleição na Prefeitura de Maringá; Maria Victória, deputada estadual; Cida, vice-governadora do Paraná; e Ricardo Barros, deputado federal
O clã Barros reunido com Silvio secretário de Planejamento do Paraná que concorre à reeleição na Prefeitura de Maringá; Maria Victória, deputada estadual; Cida, vice-governadora do Paraná; e Ricardo Barros, deputado federal

Silvio Barros, um mineiro, montou em Maringá, anos 1960, as bases de uma dinastia política que passaria a ser confundida com o próprio desenvolvimento e a modernização da cidade, outrora conhecida como “Cidade Canção”. E com repercussões na vida nacional.

Silvio foi um prefeito renovador. E mais que isso, foi um libertário, resistente aos tempos de arbítrio que então imperavam. E por meio do seu partido, o então MDB (depois PMDB) ele se projetou pelo estado todo, gerando renovações de quadros em Maringá especialmente.

Os dois modelos mais bem-acabados da linhagem Barros são Ricardo Barros (reconhecido como um dos mais hábeis articuladores políticos em âmbito nacional, tendo sido líder de Lula, FHC e estando entre os que apoiam Dilma, sem fechar portas com outros interlocutores); e seu irmão, Silvio Barros II, atual secretário de Planejamento do Paraná, ex-prefeito de Maringá, e que tem tudo para voltar à Prefeitura de sua cidade natal, neste ano.

Se os 2 Barros – Silvio II e Ricardo – são pérolas de raro valor (goste ou não se goste deles), a grande “poule de 10” parece ser Cida Borghetti.

Bonita, comunicativa, com a política na alma, em contínuo aperfeiçoamento em busca de dominar toda realidade paranaense, a vice-governadora detém a unanimidade de aceitação no clã dos Barros. E tem ao seu lado o grande mestre Ricardo…

Cida é casada com Ricardo, tendo o casal uma filha, a jovem e promissora deputada estadual, 25, Maria Victoria Borghetti Barros.

A vice quer não apenas cumprir o mandato de 8 meses governadora, substituindo Beto Richa em 2018. Na verdade, seu projeto inclui buscar o Palácio Iguaçu, não importando se vai se defrontar com opositores tido como ‘imbatíveis’ – segundo alguns – como o pedetista Osmar Dias.

Cida, no fundo, no fundo, é movida por uma capacidade de trabalho enorme. E por uma fé maior ainda no Criador.

Seria uma predestinada a novos e grandes voos? Há sinais de que sim. Por ora, apenas há sinais dessa predestinação. Mas são sinais consistentes, e que se ampliam à medida em que ela cumpre delegações de Beto, em todo o Paraná.

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