segunda-feira, 6 outubro, 2025
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Fiasco anunciado: Bienal do Livro é adiada para 2026

Redação e Plural – Depos de inúmeros problemas, a I Bienal do Livro do Paraná anunciou que o evento não vai mais ocorrer neste ano. Segundo a organização, a Bienal, que aconteceria de 10 a 19 de outubro, no Jockey Club do Paraná, será em 2026, em data ainda a ser marcada. O anúncio foi feito por Lis Alves, da Cocar Produções Editoriais, “devido a questões de problemas com a tenda”, em mensagem enviada pelo WhatApp aos expositores.

Em outra mensagem, para os responsáveis pela venda de ingressos, Lis aponta como um dos motivos para o cancelamento o atraso de verbas de investidores, que “prejudicaram a negociação com o fornecedor principal das tendas que parou o trabalho”.

Muitos problemas e nova data

Nas mensagens, a produtora fala da possibilidade de realizar o evento em abril, junho ou outubro do ano que vem. Caso seja confirmada, a nova data é o segundo adiamento da Bienal, que inicialmente seria no fim de setembro deste ano.

Lis informou que atenderá os expositores a partir de quarta-feira (8) para “discutir caso a caso, preferencialmente por e-mail, as questões contratuais dos que permanecerão no projeto”.

Plural publicou em 24 de setembro uma longa reportagem mostrando diversos problemas da produção da Bienal, como processos judiciais contra a organizadora e sua empresa. Na quarta-feira, 1º de outubro, o jornal revelou que quatro dos principais nomes da programação do evento cancelaram suas participações.

Ainda em 1º de outubro, a Bienal divulgou nota à imprensa, assinada por Lis Alves, afirmando que a empresa não possui contas bancárias bloqueadas, que “situações passadas” foram solucionadas, que todos os pagamentos estão e em dia e que não há ações trabalhistas abertas.

Na quinta-feira, 2 de outubro, o Plural publicou texto com informações sobre outros autores que não viriam para a Bienal e as instruções repassadas pela empresa Fever para solicitação do reembolso dos ingressos.

Oportunidade perdida

Nota à imprensa divulgada pela Savannah Comunicação, que fazia a assessoria de imprensa da Bienal

Não precisava de muito esforço para se estranhar (bastante) o decorrer das últimas notícias, mudança de local, cancelamentos de participantes e problemas relacionados à Bienal do Paraná. Uma pena imensa, dada a importância de uma Bienal deste porte para Curitiba e o Paraná. Isso sem falar no enorme prejuízo de quem se programou, comprou passagens, reservou hotel e teve seus planos frustrados.

Oportunidade perdida para Curitiba, diante de uma série de fiascos e uma produção claramente desorganizada, que antes de (tentar) realizar um evento desta monta, deveria regularizar sua situação judicial, bem como profissionalizar o processo de leis de incentivo e fomento. Não faltam políticas públicas e privadas para dar corpo a um evento como a Bienal.

Nos meios literários e jornalísticos, há muito se comentava sobre essa possibilidade de adiamento. Os mais otimistas achavam que o evento aconteceria, mas que seria menor do que o esperado. Os realistas, que seria adiado ou cancelado. E todos com alguma quantidade de pessimismo, em especial após tudo que foi revelado pelas competentes reportagens do Plural (linkadas acima) e da Folha de S.Paulo.

Importante salientar que tanto a assessoria de imprensa (que se desligou do atendimento da Bienal no dia 2 de outubro), quanto os assessores que atenderam a Bienal anteriormente, em nada tem a ver com toda essa confusão e, em bom português, fiasco.

Desejamos que a produção da Bienal consiga resolver seus problemas e organizar de forma adequada a edição em 2026, em especial com ajuda profissional.

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