Para os que acompanham a história do turfe paranaense, a grande autoridade da área é Luiz Renato Ribas, o mais antigo jornalista especializado em turfe no Estado.
Tem credibilidade não apenas pelo caminho andado, cinquenta e tantos anos, mas pelo impecável testemunho de profissional ético que defende com unhas e dentes a atividade.
E vem de Luiz Renato Ribas o depoimento valioso – triste, pelo seu conteúdo – que segue:
“Aroldo, tudo que revelo a você está absolutamente documentado nos órgãos federais (Ministério da Agricultura), Estadual (Secretaria de Estado e Cultura); Municipal (Prefeitura de Curitiba); 21a. Vara Civil; Promotoria de Justiça; 2a. Vara Criminal; Delegacia instauradora do Inquérito; Conselho Estadual do Patrimônio Histórico; Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (NURCE), Delegacia de Estelionato e Cargas; Instituto de Criminalística da Segurança Pública; etc.
2 – UMA TÊNUE ESPERANÇA
O objetivo da ainda respeitada malha turfística do Paraná, entre criadores, proprietários e profissionais, é que os homens de bem que ainda emprestam seus nomes a atual gestão, renunciem a seus cargos para que haja uma tênue esperança do Jockey Club do Paraná, voltar a funcionar como promotora de corridas.
Como o mais antigo, 1953, cronista de turfe do Paraná ainda em atividade fico estarrecido com essa deplorável situação, apostando que os favoritos voltarão e as zebras farão jus ao uniforme padrão.
O Ministro da Agricultura cassou, dia 2 de julho, o funcionamento do JCParaná pelo prazo mínimo de um ano, não podendo realizar corridas nem intermediar apostas para qualquer outro hipódromo.
3 – UMA MULTA MILIONÁRIA
Foram inúmeras as irregularidades advertidas com cartão amarelo e agora o vermelho, com multa milionária.
Imagine-se uma sociedade com 141 anos, a mais antiga de turfe do Brasil, punida desde a má gestão que assumiu a entidade em fins de 2006, tendo em 2007 vendido dois terrenos (20 MILHÕES) aprovada numa Assembleia Geral Extraordinária manipulada.
4 – ASSINATURAS FALSIFICADAS
Do quórum obrigatório de 200 sócios assinaram a ata 218, porém, 30 sequer apareceram – assinaturas falsificadas – e 9 eram falecidos, incluindo o ex-deputado Julio Rocha Xavier, enterrado com honras em 13 de dezembro de 1994, portanto treze anos antes da aprovação…
2009 um depoimento filmado e legendado – ainda no Youtube (Escândalos…) – acusava nomes e falcatruas de diretores, na voz da própria secretaria executiva da entidade e mais recentemente foi instaurado inquérito policial para apurar a autoria de falsificação de assinaturas e carimbos da Secretaria de Estado e Cultura na tentativa da venda a terceiros de uma área tombada do Tarumã pelo Conselho Estadual do Patrimônio histórico.
5 – ELEIÇÕES ‘SUB JUDICE’
Em 2011 o Juiz Rogério Assis da 21a. Vara Cível, colocou sub judice as eleições desse ano, face a suspeição de “sócios fabricados”.
A audácia prosseguiu com o escândalo dos cavalos dopados (2 de diretores do Jockey) na semana do Grande Prêmio Paraná de 2012, cuja sindicância terminou em Pizza.
6 – OBRA EMBARGADA.
E registre-se também o recente embargo municipal de obra de grande porte sem alvará e em área tombada do hipódromo, cuja demolição aguarda apenas decisão judicial.
O Jornal do Turfe (em anexo) que circula nacionalmente traz ampla reportagem, ouvindo inclusive o departamento jurídico da entidade.
O JC do Paraná é uma das muitas sociedades turfísticas cassadas no Brasil nos últimos anos, das quais apenas três conseguiram retornar à atividade:
Pelotas (RGS), Fazenda Rio Grande (PR) e JC Pontagrossense (PR).
Teme-se, que se não houver uma radical mudança dos atuais gestores, o hipódromo do Tarumã corre o risco virar página virada.”