segunda-feira, 15 setembro, 2025
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Entre Espaços: mercado de luxo cresce e ganha novos endereços

Sumi Costa* – O mercado imobiliário de Curitiba está vivendo um momento especial — e quem confirma é Diego Oliveira, CEO da Prime Soho, que acompanha de perto o movimento dos empreendimentos de alto e médio luxo na capital.

Segundo ele, a cidade vem se consolidando como um polo de sofisticação, atraindo um público cada vez mais exigente, formado principalmente por empresários consolidados e profissionais liberais. “O consumidor de hoje não busca apenas um lar. Ele procura exclusividade, status e qualidade de vida, em projetos que traduzam sofisticação e inovação”, explica.

Terrenos bem localizados viraram ouro em Curitiba, e essa escassez está mudando o mapa da valorização. Regiões como Juvevê, Cabral e Ecoville despontam como protagonistas. “O Ecoville, por exemplo, está se consolidando como um dos bairros novos do Brasil com maior crescimento e valorização. Ele já não é apenas uma opção, é uma realidade de luxo”, comenta Diego.

Diogo Oliveira, CEO da Imobiliaria Prime Soho. Crédito: Asllan Creative

Outros pontos estratégicos também entram no radar: na região Norte, o Clube Curitibano e o Graciosa Country Club seguem como fortes atrativos; já a região Oeste, próxima ao Parque Barigui, se tornou destino certeiro para quem procura alto padrão.

O mercado de luxo em Curitiba tem um DNA próprio, diferente do que se vê em São Paulo ou no litoral de Balneário Camboriú. “Aqui a pegada é a sofisticação. O uso de elementos como concreto aparente, madeira e biofilia está muito presente, sempre aliado ao desejo de exclusividade e de bem-estar”, destaca o CEO da Prime Soho.

Essa busca por diferenciação também impulsiona a tecnologia e a sustentabilidade na construção civil. Projetos mais flexíveis, que permitam personalização, e soluções sustentáveis já não são um diferencial — são quase uma exigência.

Se há uma pedra no sapato do setor, ela se chama terreno. “Estamos em um mercado onde muitas vezes só é possível lançar novos projetos a partir da demolição de casas ou prédios antigos. Terreno é um produto finito, e a escassez aumenta não apenas em Curitiba, mas nas grandes capitais do país”, ressalta Diego.

Apesar disso, a expectativa é otimista: os próximos cinco anos devem consolidar ainda mais a valorização do alto padrão na cidade. “A tendência é vermos bairros que hoje não são considerados premium receberem empreendimentos de luxo. O consumidor quer um produto sofisticado, mas também compatível com o investimento. E o mercado está se adaptando a essa realidade”, afirma.

Em resumo, Curitiba está em um momento único, equilibrando sofisticação, tecnologia e qualidade de vida — e confirmando sua posição no mapa dos grandes mercados imobiliários de luxo do Brasil.

Quando o living vira galeria e o jantar, espetáculo

Na Mostra Artefacto Curitiba 2025, o arquiteto Jayme Bernardo (@jaymebernardoarquitetos) mostra porque é referência quando o assunto é unir sofisticação e ousadia. No tema “Viver com Arte”, ele criou um ambiente que vai muito além da decoração: é quase uma galeria de experiências, onde design e emoção andam lado a lado.

O espaço se divide entre living e jantar, mas o que realmente conecta tudo é um grid geométrico, que dita o ritmo e dá aquela sensação de equilíbrio. As obras de arte — de nomes como Erwin Zaidowicz, Juarez Matter e Letícia Melara — não ficam em segundo plano: são protagonistas, trazendo cor e personalidade a uma base neutra.

Mostra Artefacto Curitiba 2025, crédito Nando Fisher

No living, impossível não notar a estrela da vez: uma mesa de centro com mais de seis metros, feita com travessas de ipê resgatadas de uma demolição. As marcas do tempo, os pregos aparentes e os encaixes originais transformam a peça em poesia pura — rústica, imponente e cheia de histórias para contar.

“Não consigo projetar sem considerar a arte. Esculturas, objetos, painéis… tudo faz parte do meu processo criativo”, revela Jayme.

Já no jantar, quem brilha é a mesa Arco, com prato giratório, combinada às cadeiras Carrie, que trazem um charme atemporal em versão contemporânea. “É minha peça favorita da coleção. Ela tem uma sofisticação discreta”, confessa o arquiteto.

A paleta é neutra, com leves toques dourados, e a iluminação dá o clima certo de galeria. O ponto alto fica por conta do pendente escultural da italiana Vibia, que ganha ainda mais impacto à noite.

E do lado de fora? A vitrine surpreende: o sofá modular Meteora aparece de costas para a rua, uma escolha nada óbvia, que instiga quem passa a espiar mais de perto. Para completar, um painel ripado de madeira cria sombras geométricas sobre a parede texturizada — um efeito visual cheio de movimento e personalidade.

“Busco sempre entregar algo fora do comum, um toque de rebeldia, uma quebra do previsível. Bom design tem que emocionar”, afirma Jayme. E ele finaliza com uma declaração de paixão: “A arte é intrínseca ao meu trabalho. O artista é um visionário e merece sempre ser celebrado. Por isso, parabenizo a Artefacto pelo tema tão atual e inspirador.”

Living dos sonhos? Temos. E com bilhar no meio!

Ambiente Luiz Maganhoto e Daniel Casagrande na Mostra Black Home Sul. Crédito Bia Nauiack

Como prometido, mais um destaque da Mostra Black Home Sul: o Living Contemporâneo, um espaço de 40m² assinado pelo arquiteto Luiz Maganhoto e pelo designer de interiores Daniel Casagrande (@arq.maganhotoecasagrande). A dupla criou uma atmosfera de pura calma e acolhimento, com aquele equilíbrio certeiro entre estética atemporal e bem-estar.

O ambiente tem base em tons off-white, que já chegam trazendo leveza e sofisticação. Para enriquecer a experiência, entram em cena materiais naturais como linho, madeira e pedra — texturas que convidam ao toque e aproximam a natureza do dia a dia.

A iluminação é um show à parte: luz quente, suave e distribuída de forma estratégica, criando um clima aconchegante que valoriza cada detalhe do espaço.

O mobiliário Artefacto se destaca com peças elegantes, em especial a grande estrela do living: uma mesa de bilhar que dá personalidade e originalidade ao ambiente. Para completar, fotografias da artista Karin Brenner adicionam poesia visual e sensibilidade à composição.

Ambiente Luiz Maganhoto e Daniel Casagrande na Mostra Black Home Sul. Crédito Bia Nauiack

Um dos desafios foi lidar com as paredes desencontradas do espaço. A solução veio em forma de um layout fluido e muito bem resolvido — e de uma parede curva atrás do sofá, feita com o lançamento Tabasco, da Berneck. O resultado reforça a ideia de acolhimento e cria movimento no olhar.

Inspirados por livings contemporâneos e paletas suaves, Luiz e Daniel conseguiram entregar um projeto que valoriza conforto visual sem abrir mão da sofisticação.

A Mostra Black Home Sul acontece até 25 de novembro em duas casas no Batel e reúne 20 ambientes que exploram design, inovação e experiências sensoriais únicas. Além dos espaços residenciais e comerciais, há paisagismo assinado por Wilson Pinto e uma programação que mistura eventos, cultura e inspiração.

Serviço:
Mostra Black Home Sul
Data: até 25 de novembro de 2025
Local: Rua Olavo Bilac, 486 – Batel, Curitiba
Ingressos: R$120,00 (inteira) | R$60,00 (meia) | Crianças até 12 anos não pagam
Instagram: @mostrablackhomesul 

Onde a sustentabilidade e beleza moram juntas

Fotos: Wagner Melo

O BOSSA — Casas Suspensas, da TM3 Incorporadora, é o primeiro residencial do Brasil a conquistar três selos do Green Building Council Brasil: GBC Condomínio, GBC Life e GBC Biodiversidade. Localizado em Curitiba, o empreendimento mostra que é possível unir regeneração ambiental, conforto e viabilidade financeira em um só projeto — tudo isso ocupando apenas 1% do custo total do empreendimento. O projeto foi desenvolvido ao longo de cinco anos em parceria com a consultoria Bloco Base, e teve todas as unidades vendidas antes mesmo da confirmação das certificações.

Além de um design que privilegia luz natural, ventilação cruzada e conforto térmico, o BOSSA traz soluções práticas e replicáveis, como o uso exclusivo de espécies nativas no paisagismo — incluindo plantas raras que atraem fauna local e dispensam irrigação artificial —, sistema de compostagem, painéis solares, bicicletário generoso e sensores de qualidade do ar. Tudo isso integrado de forma inteligente, valorizando o bem-estar dos moradores sem encarecer o produto final.

Para quem vive no BOSSA, como a moradora Camila Vitola, o impacto é real: conforto, silêncio, economia de energia e uma vida mais conectada com a natureza. A experiência mostra que sustentabilidade não precisa ser complicada ou inacessível — e que, com planejamento e boas escolhas, ela se torna um diferencial competitivo e um convite para uma vida mais leve.

Pautas e contatos colunaentreespacos@gmail.com

*Formada em Relações Públicas e Jornalismo pela UFPR, Sumi Costa atua em Assessoria de Imprensa desde 1997. Com trajetória consolidada na comunicação institucional e produção de conteúdo, assina esta coluna voltada a projetos criativos, novos produtos, tendências do morar e os bastidores do setor imobiliário.

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