
A prefeitura de Curitiba está autorizando, através do serviço 156, o enterro de animais mortos no fundo de quintais ou em terrenos baldios.
Mas isso é crime.
O dono de um cachorro da raça Golden Retriever ligou para o serviço na última segunda-feira (15) e foi informado que, desde o início da atual administração, em janeiro, o recolhimento e o descarte de animais mortos está suspenso.
SÓ CASOS GRAVES
Indagada sobre a medida, a atendente do 156 disse que o caminhão de coleta, o mesmo utilizado antes para retirar cães sem dono das ruas (chamado de “carrocinha”) é destinado agora apenas para os casos de morte de animais por suspeita de raiva, leishmaniose ou leptospirose; e recomendou o enterro em quintais ou em terrenos baldios que, segundo ela, estaria autorizado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, comandada por Marilza do Carmo Oliveira Dias.
PRISÃO DE ATÉ QUATRO ANOS
O pedido de recolhimento foi protocolado sob o número 12010452. A recomendação da prefeitura pode levar o dono do cão a incorrer em crime previsto no artigo 54 da Lei Ambiental, que prevê prisão de um a quatro anos e multa que varia de R$ 500,00 a R$ 13.000,00, dependendo do peso ou da quantidade animais enterrados.
CONTAMINAÇÃO DO SOLO
Quando a orientação parte de um serviço municipal criado para a atender e orientar a população é ainda mais grave. De acordo com o Instituto de Geociência da USP, 60% dos animais mortos são enterrados pelos donos, 7% são colocados em sacos de lixo na calçada ou em caçambas; 20% são jogados na rua e apenas 13% são entregues a uma clínica veterinária para a destinação correta.
MUITAS BACTÉRIAS
O Centro de Controle de Zoonoses de Maringá, cidade do Noroeste do Paraná, alerta que o corpo de um animal enterrado inadequadamente, no fundo de casa ou em terreno abandonado, produz necrochorume, quando em decomposição. O líquido é rico em bactérias, salmonela e duas substâncias tóxicas, putrescina e cadaverina, para os quais não existe antídoto. Essas substâncias contaminam o solo e o lençol freático.
O fato de a atual a administração de Curitiba decidir suspender o serviço e promover ato ilícito através de um serviço de informações e serviços é por si só alarmante.
DESCASO
Até o ano passado, o recolhimento de animais mortos era feito gratuitamente pela prefeitura de Curitiba. A coleta era agendada e os corpos levados para o forno da Cavo (empresa responsável peal coleta de lixo), onde eram cremados. Os animais eram recolhidos apenas em residência e não atendiam clínicas veterinárias, que cobram pelo serviço. A suspensão do serviço mostra o descaso do prefeito e Prefeitura para com a população. Lamentável.