
Forte personalidade, nem um documento do prefeito sai do gabinete sem o seu “pode”. Ela decide até sobre o sabor do cafezinho…Giovani, o moderador, faz muita falta
Muitas são as falhas – ou “pecados”, segundo a rude teologia do prefeito Greca – que recaem sobre o governo de Curitiba. Uma, no entanto, não pode ser imputada ao alcaide, embora apenas ao período dos últimos dias: a de estar agora descuidando das questões da pandemia, especialmente diante do grande perigo do vírus com suas mutações.
Um sábio observador do gabinete de Greca – onde, às vezes, o prefeito aparece -, anotava hoje para nossa repórter dona Matilde da Luz: “Greca está muito cuidadoso, de olho voltado ao seus próprios interesses.
Sendo parte do grupo de risco, com 66 anos, ele também trata de defender, a si e a chamada primeira Dama, a velha senhora (Aranha Marrom), que este ano completa 79 anos de idade”. Aliás, quem quiser manter a paz com a dupla, jamais fale em idade deles. É crime, sujeito a desterro, mencionar a idade da chamada primeira dama.
Por isso, eles mantém distancia regulamentar com ralação às velhas amizades: elas seriam denunciadoras, pela faixa etária e história em comum, da longa vida política do casal.
ELA É PODEROSA
A observação procede, com uma vital alteração: quem dita tudo na prefeitura, depois que o advogado Gionédis colocou-se em recuperação de problemas de saúde, é a própria Aranha Marrom. Ela, segundo voz corrente em toda prefeitura, é quem decide até sob o sabor e a intensidade do cafezinho servido na Casa.
E nem um decreto ou ato importante assinado por Greca sai para a Imprensa Oficial sem que ela antes dê seu “nhil obstat”, o nada obstat. – Que falta faz o poder moderador do GG, exclama a própria dona Matilde.
Mulher decidida, criada num lar de pais separados, com uma mãe dedicadíssima e a quem votou muitas atenções, a Aranha Marrom manteve distancia regulamentar do pai, um médico que se dedicou ao rentistmo. Fazia empréstimos a juros.
ECONOMISTA?
Aranha Marrom nunca estudou antropologia, embora em certos currículos, ela se diga antropóloga. É formada em Economia, profissão nunca exercida. Na verdade, nos tempos de Cláudio Derosso, teve emprego altamente remunerado na Câmara. Parece que virou do quadro da CMC, e hoje estaria aposentada.
POETA SEM SUCESSO
Personalidade forte, por vezes a chamada primeira dama mostrou-se doce e afável. Foi, por exemplo, no começo dos 1960, quando ela se aventurou na carreira de poetisa, editando um livro com suas poesias. Foi “O Dentro da Gente”, zero de repercussão de crítica e público.
Desse livro, muitas vezes a Aranha e Rafael Valdomiro Greca recitaram páginas em voz alta, especialmente em lautas noitadas de vinho e pizza na pizzeria de Tutuca Mufone, um próximo amigo do casal. Um dos pontos preferidos do casal, por anos, foi o SPA Lapinha, para onde corriam diante da inexorável marca da balança, um desafio a que os dois – obesos na linha do mórbido – nunca conseguiram responder. Lá passavam semanas, em meio e chás, ervas, pão integral, arroz idem e peixe. Isso sem contar meditações na relva acolhedora, comandadas por uma freira do Cristianismo Decidido.
PÃES DO BRUDA
Quando voltavam à realidade de Curitiba, corriam “para o Tututuca”, onde sempre se abasteceram em margaritas e outros sabores. Por falar em “requintes”: houve um tempo em que o casal tinha funcionário da prefeitura à disposição para compra de iguarias na Padaria América, do seu Bruda, localizada próxima ao cemitério São Francisco.
Os efeitos dessa alimentação saudável duravam poucas horas, logo voltavam as comilanças e os jantares pantagruélicos responsáveis pelo sobrepeso dos dois. Aliás, eles chegaram a fazer uma cirurgia baiátrica experiemental, aquela da instalação de balão no estomago. Logo desistiram da “instalação”.