
Para muitas gerações de paranaenses criados sob a influência do Natal HM – com o Papai Noel até descendo de helicóptero, aparelho raridade naqueles anos -, o dia 20, quinta-feira, terá um significado importante. Vai marcar o leilão que Hélcio Kronberg fará de imóveis da massa falida do grupo Hermes Macedo.
E o fato tem um toque especial para os que foram crianças dos anos 1950/70, para os quais o HM e a lojas Prosdócimo se revezavam em mostrar um mundo feérico de Natal, com o chamado “bom velhinho” dominando o marketing e o imaginário da gurizada.
A Rua Barão do Rio Branco – onde ficava a sede da HM – era toda tomada de temas natalinos.
Agora parte dessa sede vai a praça pública. Quem se dispuser a pagar pelo menos R$ 15 milhões fica com os prédios históricos e de interesse de preservação.
2 – PARTE É DE IGREJA
A área a ser leiloada é enorme, uma quadra. Parte já é da Igreja Deus é Amor, uma das mais fechadas denominações pentecostais, fundada no começo dos 1960, pelo missionário David Miranda. Trata-se da mesma igreja que comprou a Rádio Emissora Paranaense, mas que não investe em televisão. Na verdade, a seus membros – basicamente uma população pertencente às classes C, D e E, ver televisão “é pecado”.
A Igreja é proprietária de um naco do imóvel da Barão. Mas não do estacionamento onde ficam os carros de seus fiéis e pastores, na esquina com a Visconde de Guarapuava. Esse vai também a leilão.
3 – COMO FICA O TOTAL?
Mas o que mais desperta interesse de investidores é o prédio e terreno onde se localiza o Shopping Total, na Via Rápida/Portão. Valor: R$ 120 milhões.
Tanto quanto interesse de investidores, o leilão do shopping desperta muitas curiosidades. A mais objetiva delas indaga sobre a situação de dezenas e dezenas de locatários do espaço. Estarão procurando novos endereços.
A tentativas da coluna para obter respostas deram em nada. Um funcionário do Total, que pede anonimato, saiu-se com um gracejo, mas que tem pé de verdade: “O dono do shopping está preocupado agora com a Operação Lava Jato…”