No início da década de 1970 apareceu um jogador de futebol maravilhoso chamado Roberto Rivelino que ao ser revelado pelas divisões de base no Parque São Jorge – Corinthians – logo ganhou o apelido de Garoto do Parque.
Na mesma época, um habitué do Bar Stuart na Praça Osório, quando ia bebericar com os amigos, levava o filho, um piá que ficava brincando na cancha de esportes da praça – ora jogando futebol, ora brincando em um escorregador gigante em formato de robô – imagem de uma época cheia de conquistas espaciais, filmes de ficção cientifica onde robôs invadiam a Terra. Nada parecido com o que existe hoje.
O MON resgata a história e abriga mais uma obra de arte no seu pátio
Em 1971, o então prefeito de Curitiba, Jaime Lerner, solicitou aos arquitetos recém-formados Dilva e Orlando Busarello um projeto de playground para a Praça Osório. No trabalho eles incluíram um robô dando-lhe uma forma criativa e lúdica. A estrutura foi feita em chapas de ferro composta por escadas trepa-trepa, escorregadores de bom tamanho e cores vibrantes. As crianças adoravam brincar nele, mas nos dias de sol quente reclamavam que as chapas queimavam a pele.
O tempo passou, o robô foi se desgastando, as crianças cresceram e veio o abandono. E agora, mais 50 anos depois, sob iniciativa da diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer Juliana Vosnika, esta obra icônica que ajudava a representar uma nascente Curitiba moderna, foi refeita conforme o projeto original, pelos mesmos autores, e passa a ser exposta fazendo parte do Parque de Esculturas Interativas do MON Sem Paredes. Um detalhe – todas as esculturas de metais expostas na área externa do museu têm avisos de aquecimento em dias ensolarados.
E por falar em esculturas antigas, onde foi parar aquele jogo de xadrez gigante, criado por Juarez Machado, que ficava atrás do prédio da antiga prefeitura na praça Generoso Marques. Não seria outro caso de resgate?
*Eloi Zanetti é escritor, especialista em marketing e comunicação corporativa. Contato: eloizanetti@gmail.com