quarta-feira, 7 maio, 2025
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“ELITE NA CADEIA”, PRISONEIROS DA LAVAJATO EM CURITIBA

Lavajatistas promoveram benfeitorias para os prisioneiros comuns. E continuavam fazendo lobby e política…

O escritor Walter Nunes; Advogada Isabel Mendes; e Nassib Abage filho

Pelo menos dois curitibanos de amplo trânsito na vida da cidade- além do ex-juiz Sergio Moro -, estão no livro recém lançado e destinado a “bombar”: “A Elite na Cadeia”, de Walter Nunes, editora Objetiva, 289 páginas. São eles o antiquário Nassib Abage Filho e a advogada Isabel Mendes, que dirige uma ONG de defesa dos direitos de apenados.

“APOIO”

O trabalho jornalístico de Nunes revela um amplo leque de curiosidades. Uma delas a de que a Odebrecht chegou a montar um escritório em Curitiba para dar apoio a Marcelo Odebrecht e os advogados que se comunicavam com o empresário.

Os causídicos traziam das visitas cartas que Marcelo escrevia, dando ordens sobre o como a empresa deveria ser administrada. Depois, quando Marcelo deixou a PF e foi para o Centro Médico de Pinhais, a empresa do prisioneiro estabeleceu lá uma van, para fornecer lanches para advogados e visitas a Marcelo Odebrecht.

FREI BONIFÁCIO

Conhecido por atuar em apoio espiritual aos que o consultam, o médium espírita Nassib Abage Filho é apresentado no livro como sendo de nacionalidade síria, o que é errado.

Quem era sírio foi seu pai.

Curioso também a revelação pública de que a advogada Isabel Mendes muito se preocupara em 2014 com a possibilidade de o ex-diretor da Petrobrás Renato Duque suicidar-se, pois aparentava grande depressão.

Por isso, Isabela recorreu aos trabalhos de Nassib, às suas ações mediúnicas realizadas por suposta “entidade” denominada Frei Bonifácio.

Num dado momento do livro, revela-se que Frei Bonifácio interrompe o tratamento para ocupar-se de um sobrinho de Nassib, Kaysar Dadour, que participava do “reality” Big Brother Brasil.

DESIGUAIS NO CÁRCERE

O livro tenta incursionar sobre a sociologia dos presídios, ao apontar a grande distorção que havia no Centro Médico de Pinhais entre presos comuns e os da Lava Jato. Estes, em gestos fraternos, teriam conseguido melhoras para o cárcere da “vala comum”, como pintura de paredes, geladeiras, televisão, cobertores.

O bom resumo do livro está claro: os empreiteiros na cadeia continuavam trabalhando em seus negócios; os lobistas, fazendo lobby (como Fernando Baiano) e os políticos se organizando em bloco por partido.

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