sábado, 21 dezembro, 2024
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Elin e Queiroz: Lições de ouro que lançam raízes comunitárias

Luiz Fernando de Queiroz e Elin Talarek de Queiroz

Sou um privilegiado, por ter acompanhado desde seu início, o namoro e o casamento de Luiz Fernando e Elin Talarek de Queiroz. Fui padrinho da união, celebrada na Igreja de Cristo Redentor da comunidade Luterana (Sinodal), na Rua Trajano Reis, em Curitiba.

Na semana que passou, o casal comemorou com amigos e alguns familiares as suas  Bodas de Ouro em Curitiba.  Festa com um jantar no padrão AA do casal, num amplo salão de festas. Falas e menções a momentos históricos das famílias Talarek e Queiroz. Nos próximos dias, concentrarão as comemorações – com os filhos  Andre e Louise e netos, genro e nora, na cidade de Florianópolis, onde vive boa parte dos familiares do casal.

Para mim, que bem conheço os dois – hoje setentões –  a celebração das Bodas de Ouro tem enorme significado:resume   o toque de permanência de duas vidas que jamais cogitaram de viver fora dessa realidade matrimonial e distantes um do outro. Eles são a melhor propaganda da permanência da família como o grande  ponto essencial da sociedade. Mesmo com seus percalços e todas as limitações que o passar dos anos vai acrescentado no caminho das dificuldades.

Elin é um das mulheres mais elegantes que Curitiba. Facilmente poderia apresentar-se em eventos como aqueles dos anos 1960/70, um dos carnets de Dino Almeida. Elas compunham a seleção de mulheres   elegantes e exibidoras de valores ainda raros hoje, com preocupações culturais. Eram as Dez Mais  que Dino Almeida nominava – talvez inspirado em Ibrahim Sued – como “locomotivas da sociedade”.

Elin e Luiz Fernando escolheram, desde o começo, expor à sociedade abrangente de Curitiba o que de melhor os identifica: capacidade de servir à cidade, com obras (apenas uma, para citar) como a dos “guardiães”, grupos de trabalhadores  que o casal mantém há dezenas de anos, para despichar  bens públicos, limpeza urbana e vigilância contra depredação de imóveis como escolas públicas. Trabalho que nunca procurou os bafejos do erário, o tesouro público. Fixou-se esse trabalho supletivo ao do poder público, com a implantação , nos últimos anos, dos chamados “alpinistas urbanos”. São funcionários do casal  que executam limpeza de prédios com fachadas maculadas por predadores. Tudo sem cobrar um  tostão dos beneficiados.

Queiroz e Elin: 50 anos de união

Não se tem dificuldade em localizar o “ethos” que diferencia o casal das Bodas de Ouro: Luiz e Elin começaram a vida “ensaiando” aquilo que iria os identificar – a participação em  ações comunitárias. Para isso, colheram exemplos em famílias com quem conviveram, nos Estados Unidos. No caso de Elin,  há um reforço no embalo de ações comunitárias, que ela colheu, ao vivo, com o pai que, em São Bento (SC) – de onde é originária a família. Ele viveu parte de sua vida atuando como “bombeiro com da cidade de fortes tradições germânicas. Pura doação ao próximo.

Obrigado aos “noivos” pelo equilibrado curriculum vitae que se desdobra para novas gerações. E que vivam “ad multus annos”, com Elin sendo diferenciada professora de alemão e inglês, e Luiz Fernando com sua larga abrangência no apoio a eventos culturais. É um discreto, mas efetivo mecenas.

Mas tudo isso  sem “fazer caridade”, mas procurando montar, assim, uma rede de multiplicadores  a quem oferecem experiência. Essa inserção deles na entrega de um futuro melhor às novas gerações, consta, por exemplo, até a montagem de enorme fazenda de plantação de erva mate em São Mateus. O empreendimento  compromete-s com o futuro e a sobrevivência da erva mate  que foi vital em nossa economia.

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