sexta-feira, 12 setembro, 2025
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Dos leitores: Ricardo Pussoli e os 50 anos da Rodoferroviária

Fotos: Arquivo pessoal

Por Rafael Erico Pussoli, engenheiro

Hoje a monumental Estação Rodoferroviária de Curitiba completa 50 anos de sua inauguração!

Meu pai, o empreendedor Ricardo Pussoli, a financiou em seis anos depois de pronta para a prefeitura, a pedido do ínclito Prefeito Omar Sabbag e do ínclito Engenheiro Wolmy Bruel – na opinião de meu pai, que atuou na prefeitura intensamente de 1947 até 2007, foi o melhor secretário (na época Diretor Geral de Obras) de obras de Curitiba -, junto com o Engenheiro Civil ponta grossense Augusto Canto Neto (SMOP 1988/1996), os únicos dignos e honrados de nota pela competência, talento, honestidade, honradez, inteligência e sabedoria e apurado senso técnico e que valorizavam os que trabalhavam com honestidade e competência).

A monumental obra foi executada em 24 meses, são 13.000 m3 de concreto armado aparente (de primorosa qualidade), 27.000 m2 de Área Construída e 72.000 m2 de área pavimentada ,a execução de onde está a URBS de uma trincheira abaixo do nível do rio Belém com dois pavimentos em concreto armado sobre a trincheira, galerias subterrâneas de acesso entre os blocos estadual e interestadual até hoje fechadas por serem de concepção do Arquiteto Rubens Meister foram substituídas pelas duas passarelas protendidas (as primeiras de Curitiba) com 36 metros de vão livre, a obra está toda edificada sobre um banhado e exigiu três tipos de fundações diversas no Bloco Rodoviário, Bloco central e a mais complexa no bloco ferroviário ,muito próximo do canal do rio Belém.

Ricardo Pussoli e família

O financiamento a juros de 1% ao ano, por 72 meses, custou muito caro ao empreendedor Ricardo Pussoli, com seu elevado espírito público e altruísmo, pois no ano 1973 houve uma reunião da OPEP (Organização dos Países Produtores de Petróleo) no Oriente Médio, e a cartelização e a brusca elevação do valor do barril de petróleo fez os juros dispararem. Em 1977, Pussoli teve que se desfazer daquele que seria o edifício defende sua empresa de 14 pavimentos em concreto armado no coração do centro cívico na rua Álvaro Ramos, 150, para integralmente com o valor pagar o empréstimo para subsidiar os juros que ficaram em progressão geométrica acima dos 1% contratados na construção da obra da Estação Rodoferroviária de Curitiba. Ele entrou em severa depressão, tendo sido internado por meses no hospital Álvares de Azevedo na praça Osório e eu ia diariamente com minha mãe Dona Ziloah visitá-lo.

Este é um dos maiores homens públicos de Curitiba, até hoje – 10 anos de seu falecimento – ainda não homenageado pela Prefeitura Municipal de Curitiba! A propósito, quem adquiriu o Prédio de 14 pavimentos foi a própria Prefeitura de Curitiba para lá instalar a Secretaria de Transportes e a Procuradoria Geral do Município, e lá ficou de 1977 até 2019 – quando a prefeitura foi para um preciso alugado na Rua João Gualberto e doou para o Tribunal de Justiça o belo prédio de concreto armado…

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