
Aroldo:
O padre Donizete que você falou na sua coluna do dia 10 de maio último foi o tutor do jornalista de economia Joelmir Beting, cujo pai, boia fria, morreu ao cair da carroceria de um caminhão que transportava trabalhadores para o campo.
O padre adotou o garoto Joelmir que contou a mim e ao Sergio Reis (Bamerindus) que ele, Joelmir, na infância e adolescência fora completamente gago. Uma noite durante o jantar – onde o prato era sempre sopa de cebolas, tal era a pobreza da dupla -, o padre Donizete, parou de comer e disse: “Joelmir, nós vamos rezar uma Ave Maria e quando terminarmos você não será mais gago”. Joelmir contou emocionado que parou de gaguejar na mesma hora. Com a proteção do religioso, Joelmir estudou e o destino o fez encontrar com o nosso Sergio Reis morando ambos em uma pensão da capital.
No começo da carreira Joelmir foi repórter esportivo da Folha de São Paulo e inventou naquele famoso gol do Pelé – quando este pegou a bola na área do Santos e foi driblando todos os adversários, atravessando o campo, para fazer um dos mais belos gols da sua carreira. Joelmir escreveu que aquele gol fora tão maravilhoso que merecia uma placa comemorativa na entrada do estádio. Estava inventada a expressão “Gol de Placa”.
Por sugestão do Sergio Reis que via em Joelmir um estudioso compulsório, ele, Joelmir, começou a escrever sobre economia e se transformou num dos mais brilhantes jornalistas da área que o país já teve.
ELOI ZANETTI, CURITIBA
(correspondências para a coluna: aroldo@cienciaefe.org.br)