segunda-feira, 19 maio, 2025
HomeMemorialDos Leitores: ainda sobre Moyses Lupion e Ney

Dos Leitores: ainda sobre Moyses Lupion e Ney

Amigo Aroldo,

Sylvio Sebastiani
Sylvio Sebastiani

Recebi sua coluna com artigo que o Pessoa escreveu sobre o ex-governador Moysés Lupion, acusando o ex-governador Ney Braga de ter sido “mesquinho” contra Moysés Lupion.

Não pretendo debater com o Pessoa. Mas primeiramente quero afirmar que nestes últimos 60 anos de História da Politica do Paraná ou que seja Memória Viva, eu me coloco, como “participante” desde 1954 até esta data (25/02/2015).

No Governo do Senhor Moysés, fui seu adversário, eu era ativo participante do PTB. Fui eu quem descobriu e denunciou o “Diário Falso”. O então candidato a deputado estadual Ruy Gandara, genro do Governador, mandou imprimir na Imprensa Oficial um Diário Oficial, com um numero exorbitante de Decretos do Governador, fazendo doações de terras à agricultores (tenho uma entrevista com o João Feder sobre este assunto). Eu, através de um advogado, autorizado pelo senhor Souza Naves, ingressamos com uma impugnação contra a candidatura do Ruy, por ser genro do Governador (a última Certidão emprestei ao Nilso Sguarezi). Estes dois “escândalos” do Governo eu fui o autor.

Wasyl Stuparik
Wasyl Stuparik

Sobre o segundo Governo do Senhor Moysés, para provar a “qualidade”, terminou em 1960. Dois anos depois, em 1962 ele foi candidato a deputado federal, e não foi eleito, obteve 6.479 ficando como 2° Suplente e o Dr. Plinio Ferreira da Costa obteve 52.306 votos. Quando do Golpe Militar em 1964 no Diário Oficial (eu tenho a cópia) das primeiras cassações de mandatos, do Paraná somente dois foram cassados: Moyses Lupion e Amaury de Oliveira e Silva que era Senador do PTB e Ministro do Trabalho.

Durante o período da Ditadura Militar, eu fui Secretário da Comissão Provisória do Paraná, do MDB e por 4 mandatos de Presidente do MDB de Curitiba. Organizador de todas as campanhas que nos era permitidas pela Ditadura, incluindo de Leite Chaves e participei na condição de candidato a cargos eletivos.

Em 1975, quando foram presos companheiros do MDB e outros, eu fui o primeiro a visitá-los. Na eleição de 1976, o Ministro Falcão assinou um Decreto proibindo os candidatos a Prefeitos e Vereadores de irem à televisão e rádios, somente o nome e número. Eu aluguei um velho caminhão e com uma enorme placa, dizia: “TV-MDB- A televisão do Povo” que percorremos os bairros, com nossos candidatos e um sanfoneiro-cantor e nossos candidatos falavam à vontade… Eu abria e dizia: “Já que a ditadura nos tirou o Direito de ir à televisão, nós montamos à nossa Televisão do Povo. A revista Veja de 13 de outubro de 1976, fez ampla reportagem com foto do caminhão e relatando a meu respeito. O MDB tinha ótimos candidatos, enfrentando a Ditadura, incluindo de Leite Chaves e participei na condição de candidato a vereador. Tínhamos 6 vereadores dos 21 e elegemos 9.

Luiz Geraldo Mazza
Luiz Geraldo Mazza

Após esta etapa, quando da extinção do MDB e da Arena, fui fazer televisão, com o Mazza, Nuevo Baby e Ary Soares, no Programa “O Repórter”, por quatro anos. Trabalhei nas televisões: TV Exclusiva, Record, Bandeirantes e TV Iguaçu, esta substituindo Paulo Pimentel em 1986, quando ele candidato à deputado federal. Trabalhei em diversas rádios, com Joé Maria Pizarro, Sale Wolokita e Luiz Fernando Fedeger, quando em 1993 montamos o jornal Impacto.

Escrevi 4 livros: “Posição do MDB no Paraná”, em 1976; “Por Dentro do MDB”, em 1992; “Governadores do Paraná-com Enéas Faria”, em 1997, e por último, “Sylvio Sebastiani-Um nome, muitas histórias”, em 2012. Atualmente tenho um Facebook.

Amigo Aroldo, aqui está uma parte de minha vida na política. Farei agora uma gravação com o Wasyl, para um DVD de duas horas, dos meus 60 na política, procurarei contar coisas importantes e muito sobre estes Governadores, incluindo Ney Braga.

Achei interessante o dito que Ney Braga derrubou o Obelisco da Estrada do Café!

NEY BRAGA QUEM CONSTRUIU A ESTRADA DO CAFÉ!

SYLVIO SEBASTIANI, jornalista, memorialista, Curitiba.

(correspondências para a coluna: aroldo@cienciaefe.org.br)

 

Leia Também

Leia Também