Representada pelo Setembro Verde, a campanha tem o intuito de conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos
RIC Mais
Cerca de 2,5 mil pessoas aguardam por um transplante de órgãos no Paraná. Há alguns anos, o estado encabeça a lista dos que mais realizam transplantes no Brasil. O dado foi divulgado pelo Sistema Estadual de Transplantes e representa a importância da Campanha de Setembro Verde, cujo objetivo é conscientizar a importância da doação de órgãos para salvar vidas.
Com mais de três mil órgãos transplantados em 22 anos, o Hospital Angelina Caron (HAC), em Campina Grande do Sul, é líder neste ranking. João Nicoluzzi, médico e responsável pelo serviço de transplantes do hospital, diz que o tema ainda é tabu na sociedade e que os números podem melhorar.
“Pelo menos nove pacientes morreram por dia à espera de um transplante no primeiro trimestre de 2022, segundo relatório da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Enquanto isso, a lista de pacientes adultos e pediátricos em espera ultrapassou os 50 mil, um crescimento de 30,45% desde o início da pandemia. No Paraná, as doações caíram cerca de 22% em dois anos, de 209 entre janeiro e abril de 2020, para 162 no mesmo período deste ano”, explica Nicoluzzi.
Pelos efeitos da pandemia, houve uma suspensão dos atendimentos eletivos. Atualmente, cerca de 1600 pessoas aguardam um rim e mais de 1000 estão na fila de espera para transplante de córnea, no Paraná.
“A média no Paraná é de 36 doadores a cada milhão de habitantes, quase o triplo da média brasileira, de 13 a cada milhão de habitantes. Mas a pandemia mexeu nessas médias. E, infelizmente, a doação de órgãos ainda é um tabu na sociedade e os números têm muito o que melhorar diante da enorme demanda por parte de pacientes que precisam desse procedimento para ter uma vida saudável”, pontua Marmanillo.