A análise que a coluna fez sobre a “alma” do Felipão, real comandante do papel vexatório da Seleção na Copa, embora muito bem montada, deixou a desejar.
Nessa ‘psicanálise’ deixaram-se de incluir como partes da ‘alma da Copa’ outros fatores muitos significativos. Como, por exemplo, a exaltação ufanista, doentia, cauterizadora de qualquer espírito crítico, exercida pelos comentaristas esportivos de televisão e rádio. Sem falar nos políticos de plantão.
Esse pessoal do microfone (e alguns jornalistas também) misturou tudo num mesmo saco: patriotismo (que não tem nada a ver com torcida pela Seleção) e drible de bola; orgulho nacional com patriotadas estilo rasteiros, como as promessas de “vingança contra as gozações argentinas; o canto do hino nacional brasileiro como se fosse um grito de guerra contra ‘inimigos’, etc.”
O Brasil é bem maior do que isso, do que 11 homens correndo atrás de uma bola no maior show comercial montado em todo mundo, no qual poucos (FIFA, emissoras, agências de publicidade e comerciantes e industriais) ganham bilhões de dólares às custas de multidões carentes localizadas no Terceiro Mundo. Isso mesmo: bilhões de dólares…
Quando vamos nos aperceber que a Nação é instrumentada, manipulada enormemente, assim “esquecendo” suas dimensões e possibilidades, durante eventos como as Copa?
Desperta, Brasil!
MATHIAS C. CHAVES BARCELLOS – Porto Alegre, RS
(correspondências para a coluna: aroldo@cienciaefe.org.br)