quinta-feira, 26 dezembro, 2024
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Diagnóstico precoce é importante para tratar retinoblastoma

ALEP – Durante uma audiência pública realizada nesta terça-feira (7) na Assembleia Legislativa do Paraná, especialistas em diferentes áreas da medicina alertaram para a importância do diagnóstico precoce para o tratamento do retinoblastoma, um tipo raro de câncer ocular que atinge principalmente crianças. Os profissionais reforçaram a necessidade de pais de bebês prestarem atenção em qualquer sinal de alteração na visão das crianças. Isso resulta em um tratamento mais eficaz, podendo salvar vidas. Muitas vezes, a doença pode ser identificada por uma simples fotografia.

A audiência que discutiu a Campanha de Conscientização, Promoção e Atenção ao Retinoblastoma é proposição das deputadas Cloara Pinheiro (PSD) e Maria Victoria (PP). Elas são autoras da Lei Estadual 21.527/2023, que busca dar visibilidade, facilitar o diagnóstico, estimular pesquisas e ampliar o debate sobre as Doenças Oculares Raras no Paraná. A proposta institui o Dia Estadual de Conscientização sobre as Doenças Oculares Raras, realizado anualmente em 20 de maio.

O reforço na divulgação dos perigos do retinoblastoma foi lembrado pela deputada Cloara Pinheiro. Há quase 30 anos, ela perdeu uma filha com a doença. “Perdi minha filhinha em 1994. Eu não sabia naquela época e nem quando ela nasceu, em 1989, o que significava aquela pequena luz no olho dela e que apareciam nas fotografias. Era um tumor na retina. Naquela época, não havia teste do olhinho. Por isso temos aqui hoje especialistas como neurologista e pediatra oncológica para fazer esse esclarecimento. Caso os pais observem uma luz em fotografias, leve o filho no oftalmologista. Temos sempre que observar”, disse.

O chefe do serviço de neurocirurgia do Instituto de Neurologia de Curitiba, Ricardo Ramina, reforçou a importância da precocidade na identificação da doença. “O retinoblastoma é o câncer mais frequente no olho de crianças e o diagnóstico precoce nos dias de hoje pode significar cura e preservação da visão. Anos atrás, uma criança com retinoblastoma significava que pela precisaria retirar o olho. Muitas vezes podia levar ao óbito. Então, a evolução da medicina nos últimos 20 anos em relação ao tratamento desse tumor foi enorme. Hoje temos uma chance real de curar essas crianças, mas é muito importante o diagnóstico precoce”, ressaltou.

A diretora geral do Hospital Erastinho, Maria Pianovski, destacou a necessidade de leis e campanhas como as promovidas pela Assembleia Legislativa. “Acho que trazer à tona este assunto é um sinal de um país que está crescendo, se desenvolvendo e levando informação à população. Para termos resultados bons no tratamento do retinoblastoma, é muito importante a informação para a população. A maioria dos pacientes que chegam até nós, quem notou primeiro, foram os pais. Eles têm mais chance de perceber que alguma coisa não está bem. Então essas campanhas vão atingir justamente as pessoas com filhos, podendo cuidar melhor de suas crianças”, comentou.

Ana Tereza Moreira, presidente do Departamento de Oftalmologia da Sociedade Paranaense de Pediatria, lembrou que as chances de cura são maiores quando o diagnóstico precoce é realizado. “É importante priorizar o diagnóstico precoce e o tratamento. Por isso, a divulgação faz toda a diferença. A criança que chega precocemente tem uma evolução durante o tratamento, com chance de preservar a visão, de preservar o globo ocular e preservar a vida. Então, quanto mais for discutido, quanto mais for dado publicidade, mais as pessoas vão estar atentos a esta doença silenciosa”, encerrou.

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