CMC – A indústria ervateira ganhou uma data comemorativa para festejar em Curitiba a história do produto que, por décadas, foi a locomotiva da economia do Paraná. Com 31 votos favoráveis, a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou, nesta segunda-feira (24), a criação do Dia da Erva-Mate, proposta pelo vereador Pastor Marciano Alves (Solidariedade), que passa a ser na data de 29 de agosto.
O projeto de lei original propunha a comemoração do Dia da Erva-Mate na data de hoje, 24 de abril, quando é celebrado o Dia do Gaúcho. Contudo, quando a iniciativa foi submetida ao plenário, na semana passada, empresários da indústria ervateira fizeram chegar ao Pastor Marciano Alves a ideia de aprovar a criação da comemoração, mas em uma data mais vinculada ao Paraná. A votação foi adiada e um substitutivo geral foi elaborado, mudando a comemoração para o dia 29 de agosto.
Dessa forma, o plenário aprovou a mudança do Dia da Erva-Mate para uma data paranista, o dia 29 de agosto, em alusão à ocasião, em 1853 que, ainda no Brasil Império, quando Dom Pedro II assinou a emancipação política do Paraná. O desmembramento de São Paulo viria a ser oficializado no dia 19 de dezembro daquele ano, mas já estava decretada desde antes. “Teremos uma data de celebração local, que não se confunde com a comemoração gaúcha”, afirmou Marciano Alves.
Conhecido por sempre levar a cuia de chimarrão ao plenário, durante as votações, Marciano Alves, ao pedir votos para o projeto, justificou que hoje “o Paraná é responsável por 87% da produção nacional” e que “a erva-mate traz benefícios importantes para a saúde”. Serginho do Posto (União) apoiou o projeto, lembrando a importância do dinheiro proveniente da erva-mate para o fomento da cultura e da arquitetura na cidade. “Foi o movimento dos ervateiros que fez com que o Paraná se tornasse uma província, superando a dependência de São Paulo”, ressaltou.
Mediador da proposta de mudança de data, Rodrigo Reis (União) elogiou o adiamento da votação e a apresentação do substitutivo. “Quero agradecer a recepção ao pedido do sindicato da indústria do mate. É importante valorizar o mate do Paraná. Essa data é muito bem-vinda”, reconheceu, citando a atenção dada por Danilo Benke, da startup Erva Mate Paraná, e André Zampier, do Matte Cultural, ao projeto de lei.
“Os povos indígenas foram os primeiros a fazer uso da erva-mate, que era tida por sagrada. A tradição do consumo aumenta, em Curitiba, com a presença dos gaúchos, vindos do interior do Paraná para a capital. Temos que valorizar a nossa cultura”, destacou João da 5 Irmãos (União), que também contou histórias de família com a bebida, assim como fez Oscalino do Povo (PP), para quem “toda rodada de chimarrão é uma rodada de alegria”. “Esse projeto saúda a nossa tradição e a razão de ser do nosso estado”, completou Eder Borges (PP).
Para se tornar lei, o Dia Municipal da Erva-Mate precisa ser ratificado, em segunda votação, nesta terça-feira (25).