Assessoria – Daniel Drexler está em turnê de encerramento do seu nono disco, La voz de la diosa Entropía, e chega a Curitiba no dia 14 de junho para show no Teatro Guairinha com participação de Juliana Cortes. Na sequência, ele ainda segue para Belo Horizonte (16) e Foz do Iguaçu (22) – Porto Alegre está com a data em suspenso por ora. Ingressos à venda aqui.
Depois de oito anos o artista retorna para Curitiba, cidade nomeada por ele como fronteira norte de um movimento artístico “subtropicalista”, caracterizado pelo trânsito livre e contínuo de artistas do Rio da Prata. É dele, também, o termo templadismo, um eco latino para a expressão “estética do frio” de Vitor Ramil, um de seus parceiros de trabalho.
O show, dirigido por Daniel, é um convite para uma noite típica montevideana e por quê não curitibana: voz, violão e frio, com boas doses de portuñol. Em tempos de tantos recursos tecnológicos, se propõe a um novo formato no palco: “não depender de programações, não depender de pedais, não depender de nada. É um desafio grande, eu estou com muito medo, porque, na verdade, é como subir nu num palco. É pior que subir nu. Eu poderia subir nu sem problema”, brinca.
E o processo de montar o show foi bastante rico: “Passei a mergulhar dentro das músicas com muito, muito foco: no jeito em que eu canto, no jeito que eu toco, no tempo em que eu toco essas canções e começaram a acontecer coisas muito interessantes, muito mágicas, como viagens com canções que já toquei mil vezes, mas que foram ganhando outras formas. Meu desafio, e não sei se vou atingir esse ponto, é conseguir fazer essa viagem em cima do palco e levar a plateia junto”, diz o artista que no álbum fala sobre a relação com o caos e a ordem e, consequentemente, a busca pelo equilíbrio.
A geografia da música de Drexler já atravessou territórios de muita brasilidade como no álbum UNO e se apresenta em La voz de la Diosa Entropía com sua face mais latina. Um mergulho na canção urbana uruguaia, sem deixar de soar etérea e linear como a paisagem de seu país.
La voz de la diosa Entropía
La voz de la diosa Entropía (Altafonte/Mapa Music) é o nono disco de Daniel Drexler, lançado em 2022. Com oito canções, o álbum transita entre o Pop, Candombe, Reggae e arranjos orquestrados. Drexler recebeu um dos principais prêmios da música uruguaia, o Prêmio Graffiti de la Música Uruguaya de Melhor Single Pop do Ano (2023) pela canção-título La voz de la Diosa Entropía, que conta com participação especial de Kevin Johansen, e Vitor Ramil em Y de pronto.
Fascinado pelo conceito científico e filosófico de que o mundo tende a desordem, o cantor personifica a conhecida lei da física em uma figura feminina e sagrada, que inspirou o caráter existencial do projeto. Em La voz de la diosa Entropía, ele reinventa o Olimpo dos deuses gregos e os substitui pelas grandes leis da física que regem o universo.
Médico de formação, conta que acompanha com entusiasmo o encontro entre arte, ciência e religião e revela: “foi a partir dessa intersecção que surgiu a ideia de falar de uma deusa. Como se a lei da física quântica, a lei da entropia, fosse uma deusa na verdade. Como se tivéssemos um Olimpo moderno onde, em vez de morar Zeus e Dionísios e Afrodite, ali moram a lei da Gravidade de Newton, a lei da Relatividade Especial de Einstein, a lei da entropia. E a lei da entropia é a deusa suprema. É como Zeus no Olimpo dos Gregos. Por quê? Porque não tem nenhuma outra lei da história da ciência que tenha um grau de consenso tão forte na academia. Praticamente todos os cientistas e filósofos falam que talvez essa seja a única lei da ciência que nunca vai deixar de ser certa. E é uma lei muito simples que diz: ‘As coisas, quando elas estão em liberar sua própria evolução, tendem-se a desorganizar’”, explica.
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