Assessoria – A customização de tênis deixou de ser uma prática alternativa para se tornar tendência. O movimento, que já havia conquistado roupas e acessórios, chegou de forma definitiva ao universo dos sneakers. O interesse crescente está ligado ao desejo de exclusividade e à influência direta das redes sociais, que impulsionam microtendências e reforçam a ideia de estilo individualizado.
De acordo com a pesquisa Global Sneaker Market Outlook da Grand View Research, o setor de calçados esportivos deve movimentar US$ 146,5 bilhões até 2029, com crescimento médio anual de 4,6%. No Brasil, o varejo de calçados faturou R$ 56 bilhões em 2023, resultado que mostra a força do segmento e abre espaço para novidades como a personalização. Entre os consumidores, o público feminino se destaca, respondendo por metade das vendas de fashion sneakers no país, segundo levantamento do Instituto Propósito.
No centro desse movimento, Curitiba vem se destacando com um novo espaço de referência. A Virus 41 inaugurou, em agosto, sua flagship store no Pátio Batel. O local abriga uma ilha fixa de customização, onde os clientes podem transformar seus sneakers com cadarços coloridos e de diferentes materiais, correntes, miçangas, fitas de cetim, pingentes e outros acessórios. A proposta é simples: permitir que cada par reflita a identidade de quem o usa. Na flagship, além da ilha de customização, há também uma exposição que apresenta diferentes modelos de tênis em duas versões: a original e a mesma peça já customizada. A proposta é justamente inspirar o público, mostrando possibilidades criativas. Muitos visitantes acabam pedindo que sua customização seja feita exatamente como a que está exposta no painel.
A customização, que no Brasil ganhou força a partir dos anos 2000, nasceu como conceito muito antes. O termo vem da tradução da expressão inglesa custom made, ou “sob medida”. Sua origem remonta ao movimento hippie dos anos 60, quando processos artesanais, como tingimento de tecidos e patchwork, se popularizaram como forma de personalização. Hoje, esse mesmo espírito reaparece no universo sneakerhead, com técnicas criativas que transformam pares básicos em itens exclusivos.
“Essa loja nasce da urgência em oferecer ao público feminino e fashionista de Curitiba uma experiência que até então era exclusiva de mercados como São Paulo, Nova York ou Amsterdã. A ilha de customização é um ponto de encontro entre moda, comportamento e estilo de vida”, explica Andre Lavanhinhi, CEO da Virus 41.
Além do espaço criativo, a flagship apresenta lançamentos globais de marcas como adidas Originals, Asics, Converse, Vans, New Balance, Veja e Mizuno. A proposta é unir consumo imediato, inovação e curadoria especializada em um mesmo endereço.
É importante destacar que a ilha de customização está aberta a qualquer pessoa interessada em transformar seu tênis em uma peça única, não apenas a quem realizar compras na loja. O espaço oferece kits especiais divididos em três níveis, permitindo que cada cliente escolha a opção que mais combina com seu estilo. Os preços variam entre quantidade de peças e estilos, mas são extremamente acessíveis justamente para focar a sensação de experiência na loja, maior motivo desta ilha existir.
Entre os itens disponíveis estão laços, pins, cadarços brilhantes, versões em cetim e opções com pedrarias. Todos também podem ser adquiridos individualmente.
De acordo com a consultora de imagem Paulina Back, existem várias formas de transformar um par de tênis em uma peça única e cheia de personalidade. Trocar o cadarço tradicional por versões em cores vibrantes ou estampadas é a maneira mais simples de renovar o visual de imediato. Uma alternativa é substituir os cadarços por fitas, que podem variar entre delicadas ou sofisticadas, dependendo do material escolhido. Para quem busca exclusividade, a aplicação de contas ou cristais no cadarço ou no cabedal cria um efeito brilhante e personalizado. Já pequenos acessórios metálicos ou correntes fixadas no cadarço ou nas laterais adicionam atitude urbana ao calçado. Por fim, combinar cadarços em diferentes materiais, como couro, nylon ou tecidos brilhantes, garante uma estética única e marcada pelo contraste.
O fenômeno da customização reflete um novo comportamento. O consumidor quer mais do que um produto pronto. Ele busca identidade, quer participar do processo e criar algo único. A iniciativa da Virus 41 traduz esse momento do mercado e reforça Curitiba no mapa nacional da moda urbana.