Assessoria – Após o sucesso das primeiras edições que aconteceram de maneira online, a edição de 2024 do 3º Festival Visoliterária de Direitos Humanos Surdos, vai ser realizado em formato híbrido. Com ações presenciais e online, a iniciativa tem como objetivo agregar e disseminar a literatura surda e a poesia em libras, focando nos discursos sobre direitos, injustiças, violações, opressões, traumas e desigualdades.
“Após duas edições online, que alcançaram reconhecimento nacional na comunidade surda conectada às redes sociais, percebemos um interesse crescente do público surdo em relação a um festival de videopoesia de grande escala, focado em produções sinalizadas em Libras e voltadas para Direitos Humanos. Por isso, nesta terceira edição, planejamos introduzir uma abordagem presencial híbrida, oferecendo oficinas e produzindo videopoesias em colaboração com instituições de surdos, como escolas e associações em Curitiba e Região Metropolitana, a fim de provocar reflexões sobre o Futuro da Surdidade, tanto a nível local quanto nacional”, lembrou Rafaela Hoebel, diretora do Visoliterária.
Na primeira edição realizada em 2022, a maioria da equipe era composta por pessoas surdas, que se repetiu nos eventos seguintes. E desde 2023, Rafaela Hoebel, mulher surda, LGBT e ativista, compõe a direção do Visoliterária. A curadoria de 2024, foi assinada por três artistas surdos, Maria Auxiliadora, pesquisadora, mulher negra, mãe solo atípica, assistente social e professora universitária, Priscila Leonor, mulher negra LGBT, poeta, militante, liderança do movimento negro surdo e professora universitária, e Edinho Santos, homem negro, poeta referência no Slam e ativista no movimento negro surdo.
“Para as seleções, a curadoria considerou poesias que tenham relação com a temática de Direitos Humanos e Surdofuturismo, de pessoas pertencentes a grupos de prioridade de participação e que tivessem propostas estéticas diversas. Já a temática do Surdofuturismo foi direcionada, após eu observar uma carência do debate “futurista” dentro dos movimentos literários surdos, em especial, articulado aos conceitos como Afrofuturismo, IndigenaFuturista, Transfuturismo e outras discussões dentro desse campo.
A idéia Surdofuturista objetiva explorar aspectos culturais, artísticos e filosóficos da surdidade, fomentando narrativas surdas que entrelaçam questões do passado surdo, presente e futuro, combinando narrativas imaginárias, ficções científicas em Libras, e gêneros especulativos, além de gêneros documentais e autobiográficos vinculados a reflexões sobre o futuro”, disse Jônatas Medeiros, idealizador do festival.
O 3º Festival Visoliterária, que vai ocupar diversos espaços de Curitiba, com programação gratuita, também integra a programação de outros eventos culturais que acontecem no mês de novembro. Durante os dias 13 a 16 de novembro, poetas surdos selecionados para participar da residência artística Surdofuturista, vão participar da primeira residência de vídeoliteratura do Brasil. No dia 16 de novembro, o resultado do trabalho será exibido através de uma projeção mapeada, produzida pelos artistas surdos, tradutores, narradores, audiodescritores e filmmaker na fachada do Bar Janaíno, localizado no Centro Histórico de Curitiba.
A Competitiva Instagram já está acontecendo, e o público pode conferir no perfil do instagram da @visoliteraria e votar no vídeopoesia preferido. A Mostra Carta Surdofuturista, também está disponível no perfil do festival, onde reúne o material produzido por crianças surdas, resultados de oficinas com crianças e adolescentes.
A 3ª Visoliterária é um projeto aprovado pela Secretaria de Estado da Cultura, Governo do Paraná, com recursos da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura, Governo Federal.
Serviço:
- 3º Festival Visoliterária de Direitos Humanos Surdos: Surdofuturismo
- 13 a 16 de Novembro
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Todas as atividades são gratuitas, com preferência para pessoas surdas e com deficiência, ingressos distribuídos por ordem de chegada de acordo com a capacidade máxima de cada local.