HOJEPR e Terra – O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) criticou a operação Lava-Jato e o senador Sergio Moro durante entrevista ao programa Roda Viva, na TV Cultura, nesta segunda-feira (8). Para ele, o ex-juiz Moro assumiu uma posição favorável à extrema direita no julgamento do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e foi direto ao dizer que a operação esteve ligada à eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018. “Curitiba gerou Bolsonaro. Curitiba tem o germe do fascismo. Inclusive todas as práticas que desenvolvem. Investigações a sorrelfa e atípicas. Não precisa dizer mais nada. Não é por acaso que os procuradores dizem, por uma falta de cultura, que aplicaram o Código Processual Russo”, atacou.
Gilmar Mendes disse, ainda, que as acusações contra o presidente Lula foram combinadas entre a acusação e o atual senador Sergio Moro, o que é considerado grave. “Moro vaza a delação de Palocci entre o primeiro e o segundo turno de 2018. Participa, portanto, do processo. Assume posição a favor da extrema direita”.
Gilmar Mendes foi questionado pelo jornalista João Almeida Moreira sobre a Lava-Jato. Ele perguntou se o ministro se arrepende de não permitir a posse de Lula como ministro da Casa Civil, na época. Mendes afirmou que não se arrepende, e explicou que, naquele momento, tinha certeza de que havia um desvio de finalidade na nomeação.
“Se o ex-presidente, agora presidente, estava nomeado para a Casa Civil, por que não se deu posse? Por que se escondeu? Se tivesse problema, ou viesse uma ordem de prisão, mostrasse que já estava nomeado ministro. Por que foi escondido? Tudo isso ficou numa névoa e confusão”, explicou.
Na bancada do Roda Viva, participaram os entrevistadores Isadora Peron, do Valor Econômico, Felipe Recondo, do site Jota, João Almeida Moreira, jornalista português correspondente do Diário de Notícias, Eloisa Machado de Almeida, professora da Fundação Getulio Vargas (FGV) e doutora em Direito, e Ricardo Brito, da Agência Reuters. O programa foi apresentado por Vera Magalhães.