Nem só de pão eles viviam os monges ingleses. Mas também de dieta que lhe assegurava longevidade e boa saúde
Zélia Caldwell, Aleteia

O historiador David Snowden, em seu livro Flans and Wine, publicou receitas usadas por monges beneditinos na Inglaterra do século XIV, revelando que eles sobreviveram muito mais do que apenas de pão.
As receitas usadas pelos monges beneditinos da Evesham Abbey, fundada em 701, indicam que os monges tinham, na verdade, paladares bastante sofisticados.
ERVAS E ESPECIARIAS
Muitos pratos eram condimentados com ervas e especiarias difíceis de se conseguir na época.
“Eles eram muito caros. E uma maneira de mostrar a riqueza da abadia era produzir alimentos e condimentos muito raros”, disse Snowden à BBC.
“Por exemplo, muitas dessas receitas levavam açafrão, porque ele valia mais do que ouro”, disse ele. Assim, apenas poucos mosteiros podiam comprar ou produzir o condimento.
OSTRAS E MEXILHÕES
As receitas ainda incluíam mexilhões cozidos com alho-poró e molho de Saracen (um molho picante vermelho), carne de caranguejo frito em azeite com ovos mexidos e pratos contendo ostras, língua de boi, vitela e javali.
Durante a Quaresma, quando o consumo de carne era proibido, Snowden sugere que os monges podem ter comido “Cawdel of Muskels”, ou seja: mexilhões cozidos em vinho branco, temperados com cebolas e alho-poró, gengibre e uma pitada de açafrão.
ERAM LONGEVOS?
No livro, o historiador adaptou as receitas, que foram escritas no inglês arcaico, para o uso de hoje, usando medições e ingredientes modernos disponíveis no mercado atual, especialmente as mercearias gourmet.
Snowden acredita que a dieta dos monges pode ter influenciado na longevidade deles, já que era uma dieta em que faltava frutas e outros alimentos mais saudáveis.
MUITO SAUDÁVEIS?
“Eles não eram muito saudáveis e a idade média de morte era de 35 anos – a maioria deles morreu de doenças brônquicas, provavelmente causadas por dieta deficiente – mas a expectativa de vida não era muito longa”, disse ele.