Assessoria
As crianças e adolescentes das escolas da rede pública de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, e de Piracicaba, no interior de São Paulo, estão sendo beneficiadas pelas oficinas artísticas e tecnológicas do projeto Tetear Tech – projeto da Parabolé e da Criacom.
Baseado em metodologias ativas, o projeto ocorre durante todo o ano letivo em algumas escolas dos municípios e incentiva os alunos a atuarem com suas habilidades colaborativas, criativas e críticas, favorecendo a autoestima e inclusão social. “Ao trabalhar diferentes perspectivas de aprendizagem, os alunos descobrem seus potenciais e interesses, apresentam possibilidades para lidar com o novo e escrevem sua trajetória pautada na superação de desafios, de maneira contínua. É incrível ver em cada um o brilho nos olhos ao buscar ser protagonista no processo das distintas aprendizagens”, conta Thiago Domingues, coordenador de oficinas do Tetear Tech em Campo Largo.
Um bom exemplo de como as oficinas do projeto impactam na vida dos alunos que as frequentam é o de Eduardo Gabriel Zanin Rodrigues, de 11 anos. Estudante do quinto ano da Escola Municipal O Ateneu, em Campo Largo, o aluno aprendeu a criar bonecos fantoches durante as oficinas do Tetear Tech. A prática o estimulou tanto que ele acabou desenvolvendo essa atividade também em casa. “Desde março estou fazendo a oficina e a gente aprendeu a fazer os bonecos para o teatro que vamos apresentar com marionetes. Eu já fiz vários em casa, gosto de aprender na escola e aplicar em casa”, relata o estudante.
Assim como Eduardo, o projeto também impactou a vida dos gêmeos Pietra Piccin Dalla Antonia e Caio Piccin Dalla Antonia, estudantes da Escola Estadual Professor José Martins de Toledo, em Piracicaba. “Eu já gostava de mexer com marcenaria. Com a oficina de robótica e marcenaria, eu posso pensar em algo para meu emprego, algo que eu poderia aprimorar e levar para o meu futuro”, revela o estudante do nono ano.
Participante de diversas oficinas oferecidas pelo Tetear Tech no local de ensino, Caio explica que ele e a irmã aprenderam programação e mexiam em um aplicativo pelo computador da escola. Depois, foi a vez dos trabalhos manuais. A turma construiu jogos por meio da marcenaria e, no caso de Pietra e Caio, foi o jogo Tangram, com peças de madeira feitas pelos próprios alunos.
“A gente está fazendo o jogo para deixar para os alunos da escola jogarem. Os professores das oficinas deram a madeira para a gente fazer um quadro e tivemos que cortar algumas figuras de triângulo, quadrado e círculo e depois tinha que pintar de colorido”, conta Caio.
Mesmo sem nunca ter mexido com marcenaria, Pietra também conta o quanto aprendeu e se diverte com a oficina. “Os professores levaram a lixadeira, furadeira, serra e outras coisas. Aí, tínhamos que furar, lixar, cortar e preparar as peças de madeira de madeira”, relata a aluna.
BENEFÍCIOS
As atividades trabalhadas nas oficinas estabelecem um diálogo entre os conhecimentos sistematizados na escola com as práticas relacionadas a vivências de processos criativos e experiências estéticas, proporcionando aos estudantes o contato com diferentes linguagens, tanto artísticas quanto tecnológicas. “Para isso, criamos uma parceria com os professores nas escolas onde o projeto acontece e, juntos, fazemos uso da cultura maker e da abordagem STEAM (Acrônimo para Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), por meio de um viés “mão na massa” e na perspectiva do “aprender fazendo”, revela o coordenador do projeto em Piracicaba, Sergio Ferreira.
Para garantir que as aulas causem reais impactos para os estudantes, o Tetear Tech foca no aprendizado por meio de projetos, fortalecendo a importância em desenvolvermos habilidades relacionadas ao trabalho em equipe, ao desenvolvimento da empatia e do autoconhecimento. “Desde a primeira edição do projeto em 2019 em Piracicaba, já notamos muitos ganhos para os jovens. Eles estão mais motivados a buscar diferentes tipos de conhecimento e entendem a importância dos momentos de troca com os demais”, relata Maurício Brasil, diretor da Escola Estadual Prof. Francisco Mariano da Costa.