sábado, 5 julho, 2025
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Conversa nas Horas Zagas: Quem vem lá? O Quaquá!

Por Zaga Mattos – Já apresentei a vocês o Nonô e o Quequé. Para situações cerimoniosas ou cheias de mesuras, são conhecidos como Claudionor e Albuquerque. A distância, com nomes pomposos, a dupla não dá margem a especulações sobre o após expediente da repartição. Um parêntese: taí palavra que caiu de moda. Ninguém mais fala “repartição”. Respeitemos, todavia, a denominação. Afinal, é o xodó de ambos. É um tal de repartição pra cá, repartição pra lá, que, aos ouvidos dos menos avisados, soa como a divisão do butim ou rateio de propinas.

Fecha o parêntese: os dois são inseparáveis e incorruptíveis. Mas sempre estão de olho comprido nas colegas da seção. Assédio é palavra suprimida dos seus dicionários. Alegam que não há pecado em olhar com os olhos e lamber com a testa. Que mal tem elogiar o novo penteado? Ou dizer que a cor do batom dá aos lábios dela um jeitinho de Angelina Jolie?

Assim, vão levando as melancias com a certeza de que elas se arrumarão no andar da carruagem. Tudo dentro dos conformes, de acordo com as normas das cartilhas preparadas pela Dete e Lindaura, as patroas de Nonô e Quequé, respectivamente. O caldo só entorna quando termina o expediente e encontram o Bevilaqua. Aí ficam naquela do “desce mais uma” e “que tal um lambarizinho frito?”. A coisa se complica porque o mulato Bevilaqua tem carta de alforria e gargalhada sempre aberta. A tal ponto que é conhecido como Quaquá. Apelido que não tem vício de origem: sorriso largo, sempre junto com Quequé e o nome é Bevilaqua. Queriam o quê? Que o chamassem de Tião? Zé? Só poderia mesmo ser Quaquá…

Não se podia dizer que fosse um pedaço de mau caminho, mas sabia todos os atalhos dos caminhos do mal. E, graças ao currículo, ia à frente mostrando o rumo das quebradas. Para se conhecer melhor o Bevilaqua, dou uma pista: em sua carteira não podem faltar documento de identidade e preservativo. Mas a razão fica para daqui a pouco, contrariando um pouco a filosofia de Nonô, “nada de salamaleques e delongas”.

 Portanto, “esteja pronto para o que vier e der…”.

Acompanhe-me em www.zagamattos.com.br

*Zaga Mattos é autor do livro “Memórias de um boêmio de chinelos! Pedido de livro: Whatsapp 47-99925-6161 ou e-book na Amazon. Luiz Gonzaga de Mattos, é jornalista “curitibano-barriga verde” e escritor. Cronista do cotidiano e da boemia, também faz as tirinhas e charges da home do Mural do Paraná – desde os tempos do Blog do Aroldo Murá.

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