sexta-feira, 18 julho, 2025
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Conversa nas Horas Zagas: A favor da união conjugal

Por Zaga Mattos – Para mim, bar é a síntese da solidariedade. Que clube de serviço, ação entre amigos ou chá de panela ou fraldas… que nada! Todos falam, falam, mas poucos estendem o ombro para o companheiro chorar suas mágoas.

No bar é diferente. Dou um exemplo para reforçar a argumentação: você corre a praça para arrumar algum a fim de pagar a conta de luz ou telefone. Só vai ouvir piadas. Dirão: “deixa pra lá, cara. Curte um escurinho com a patroa. Jantar à luz de vela é mais romântico” e por aí vai a conversa. Rodará, rodará e terá que enfrentar o vexame de ver o funcionário da Copel bater à sua porta e sacar do alicate para cortar a fiação.

Mas, se você, com o queixo apoiado no braço dobrado no balcão, olhando as estripulias das moscas rondando o croquete sobre o prato, não vai se sentir abandonado. Já, já, aparece um amigo no bar, de bochechas rosadas. Vai lhe convidar para tomar “uma loira gelada”. Se você alegar que tá duro receberá a resposta na bucha: garçom, traz mais um copo aqui para festejar o prazer de rever meu velho amigo, companheiro de tantas noitadas. É tiro e queda. Sairá de lá de cara cheia e todo frajola…. Pô! Essa turma do bar é pedra 90.

Mas o pessoal não é assim apenas na hora em que você conta as moedas para sair de casa. Também nas questões do amor a coisa rola favorável.

Foi assim, numa manhã de sábado, quando um da turma, dos mais antigos, chegou no Cometa, olhou a roda formada e pediu a atenção e seriedade de todos, convidando-os para uma oração, no melhor estilo do Pai Nosso. Daquelas de orar de mãos dadas e cabeça abaixada, respeitosamente.

Daí, então, como naquele fado, foi desfiando um rosário de penas:

“Companheiros, quero lembrar aqui as dificuldades em que está passando um companheiro nosso, o velho Beviláqua. Gostaria que todos elevassem seus pensamentos para a volta da felicidade em sua vida. Nosso pedido maior é para que uma luz oriente os pensamentos de sua esposa. Tire da mente dela pensamentos negativos e compreenda uma questão maior. Que uma força superior faça-a entender isto e não cometa desatino: deixe-o continuar frequentando o Cometa. Tin-tin”.

Acompanhe-me em www.zagamattos.com.br

*Zaga Mattos é autor do livro “Memórias de um boêmio de chinelos! Pedido de livro: Whatsapp 47-99925-6161 ou e-book na Amazon. Luiz Gonzaga de Mattos, é jornalista “curitibano-barriga verde” e escritor. Cronista do cotidiano e da boemia, também faz as tirinhas e charges da home do Mural do Paraná – desde os tempos do Blog do Aroldo Murá.

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