Assessoria – O Natal já passou, mas o tráfego nas rodovias do país deve atingir seu pico durante o feriado de Ano Novo. Arteris Litoral Sul, por exemplo, prevê aumento médio de 51% no fluxo de veículos. Até o dia 5 de janeiro, cerca de 3,4 milhões veículos deverão circular pela rodovia entre Paraná e Santa Catarina.
Além disso, a movimentação nas estradas permanecerá intensa durante toda a temporada de férias, que este ano se prolongará até 5 de março devido ao Carnaval, marcado para ocorrer entre os dias 1º e 4 de março. Esse período estendido de alto fluxo eleva o risco de acidentes, especialmente com caminhões, cujas consequências costumam ser ainda mais graves.
Conforme um levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), um acidente com caminhões ocorre, em média, a cada 30 minutos nas rodovias federais. Nos primeiros seis meses de 2024, foram registradas 8.993 colisões envolvendo esse tipo de veículo, indicando uma tendência de aumento nos acidentes. Em 2023, o total ultrapassou 13.600 ocorrências, resultando em 534 mortes, equivalendo a uma vítima fatal a cada 16 horas.
Embora nem sempre seja possível prevenir acidentes, certas atitudes dos motoristas diminuem muito os riscos. Segundo Luiz Fernandes, especialista em logística e diretor operacional do Grupo GCF Transportes, a regra principal é manter a atenção constante ao volante, evitando o uso de celular ou GPS enquanto dirige, pois um instante de distração pode ser fatal.
“Para aqueles que planejam pegar a estrada, o planejamento antecipado das rotas também é essencial, assim como administrar a fadiga, manter o veículo em perfeitas condições e estar preparado para imprevistos”, explica.
Ao ultrapassar caminhões ou carretas, automóveis menores devem verificar se não há outros veículos atrás, garantir espaço suficiente para a manobra e sinalizar corretamente com as setas. Luiz Fernandes recomenda ainda observar as rodas dos caminhões para evitar invasões de faixa e não competir com esses veículos em descidas.
O diretor de logística destaca ainda a importância de estar atento aos pontos cegos dos caminhões, as quais são áreas não visíveis para o motorista mesmo com auxílio dos espelhos retrovisores. Esses pontos, localizados à frente, atrás e nas laterais dos veículos, são maiores nos caminhões, aumentando o risco de colisões. Para garantir a segurança, motoristas de veículos menores devem evitar essas áreas e garantir que estão visíveis para os caminhoneiros.
Nas rodovias, maior cuida do menor
Já os motoristas de caminhão precisam seguir a regra “maior cuida do menor”. Isso significa que devem ter atenção redobrada ao dividir rodovias com carros, motos, bicicletas e pedestres, adotando comportamentos preventivos para evitar acidentes. Essa ideia promove um trânsito mais seguro e colaborativo, reconhecendo que, em caso de colisão, os veículos menores tendem a sofrer danos mais graves.
Para Luiz Novinski, gerente operacional da GCF, respeitar os limites de velocidade em trechos movimentados e utilizar os faróis baixos durante o dia como indica a lei é fundamental. Ele também ressalta a importância de evitar frenagens bruscas, devido ao peso dos caminhões.
“Em situações de trânsito lento ou parado, mantenha uma distância de dois a três carros do veículo à frente e sempre monitore os retrovisores, mantendo o motor ligado e os cintos afivelados. Utilize o pisca-alerta para indicar que o trânsito está parado”, acrescenta o gerente.
Cuidados com transporte de cargas
A GCF Transportes implementa diversas estratégias para enfrentar os desafios desse período, incluindo rastreamento por satélite, seguros especializados, inspeções detalhadas e treinamento contínuo dos motoristas.
Para lidar com veículos menores que desrespeitam os limites de segurança, a empresa enfatiza a importância de manter uma comunicação clara e de antecipar possíveis cenários parea evitar comportamentos arriscados. Como destaca Luiz Fernandes: “cada carga representa não apenas um valor econômico, mas também a confiança que os clientes depositam em nosso serviço.”
Em relação à manutenção dos caminhões, a transportadora dá atenção especial a pontos críticos, como sistemas de freios, condições dos pneus e integridade elétrica e mecânica. “Uma inspeção minuciosa antes de cada viagem pode prevenir até 80% dos problemas mecânicos durante o trajeto”, afirma Luiz Novinsk.
“Todos esses cuidados fazem parte da direção defensiva, que deve ser exercida por todos os motoristas, independentemente do veículo, das condições externas ou ações de outros condutores”, resume o diretor da GCF Transportes.