
Evento contou com a presença da professora Eleidi Freire-Maia, viúva do geneticista. Alunos do Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) apresentaram projetos relacionados à Agricultura e ao Meio Ambiente
Foi inaugurado esta semana, no Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) Newton Freire Maia, em Pinhais, o Espaço Newton Freire Maia, em homenagem ao cientista paranaense, professor, pesquisador e geneticista, morto em 2003. A viúva do cientista, Eleidi Chautard Freire-Maia, professora aposentada da UFPR, e familiares estiveram presentes na ocasião.

A abertura da Feira de Projetos e Profissões e a inauguração do Espaço Newton Freire-Maia contaram ainda com as presenças da prefeita de Pinhais, Rosa Maria, da secretária de Educação de Pinhais, Andrea Franceschini, além de representantes do governo do Paraná e do Sebrae Paraná, que foram recepcionados pelos diretores e professores do CEEP.
O diretor do CEEP Newton Freire Maia, Edson Magalhães Blum, contou a história do evento de profissões, que iniciou em 2007 e está consolidado no calendário escolar. Além disso, destacou que a instituição vem crescendo porque a procura é grande e a intenção é se tornar uma referência no ensino técnico no Paraná. “Hoje o CEEP Newton Freire Maia tem aproximadamente 500 alunos e este número vem em uma crescente. A instituição tem hoje 16 salas de aulas, mas nossas expectativas é aumentar, pois há uma grande quantidade de alunos interessados em se matricular com a gente. Com isso, estamos aguardando para 2023, a ampliação do colégio com a construção de mais salas, pois acreditamos que nos próximos anos atingiremos a marca de mil alunos”, falou o diretor.

“Essa inauguração fez parte de uma feira do colégio em que os alunos apresentam seus trabalhos. Nós doamos para o espaço alguns móveis e livros que o Newton conservava, principalmente em nosso apartamento, além de homenagens que ele recebeu. Destaque especial para o quadro do Instituto Ciência e Fé (ICFé) e para o livro ‘Vozes do Paraná’, em que ele foi retratado”, conta Eleidi, que é diretora do ICFé desde a inauguração.
Os diretores do CEEP Newton Freire-Maia, professores Edson Magalhães Blum e Ana Paula Querubim Andrades, apoiaram o projeto de criação do Espaço Newton Freire-Maia, idealizado e desenvolvido com muita dedicação e entusiasmo pelas coordenadoras de projetos, professoras Marivel Purcino e Luciene da Silva Moraes. Além disso, segundo Eleidi, a bibliotecária Mireli Kristina Baumgartener fez o registro de todas as doações de objetos doados pela família.
FREIRE-MAIA PIONEIRO
Newton Freire Maia (1918-2003) foi presidente honorário da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e fundador do Departamento de Genética da UFPR. É considerado por muitos cientistas como o iniciador da Genética Humana no Brasil. Seus estudos, de grande repercussão mundial, foram amplos sobre casamentos consanguíneos, revelando, com farta documentação e fotos, os resultados de anomalias genéticas geradas por uniões de parentes próximos.
São conhecidos especialmente os trabalhos que Freire-Maia centrou em casos de aquiropodia (pessoas nascidas sem braços e pés). Na Região de Guarapuava, ele encontrou muitos exemplares de aquiropodia. Mas não só lá, em todo o Brasil, em suas muitas viagens de pesquisa de campo sobre os efeitos de uniões consanguíneas.

ACONSELHAMENTO
A professora Eleidi Alice Chautard Freire-Maia, viúva de Newton, considera ter sido importantíssimo o pioneirismo do geneticista quando estabeleceu na UFPR o trabalho de Aconselhamento Genético, que orientou centenas e centenas – talvez milhares – de casais sobre eventuais armadilhas genéticas na constituição da prole.
Para Eleidi, o nome com que o serviço foi primitivamente conhecido – consultório – pode até ter gerado alguma confusão, como se se tratasse de um serviço médico. As dúvidas sempre foram esclarecidas sobre o assunto. Um dos livros seminais da obra de Freire-Maia, sobre displasias ectodérmicas, editado por editora universitária nos Estados Unidos, é raramente encontrado nem nas estantes virtuais. Escrito por Newton e pela professora Martha Pinheiro, a obra é dos anos 1980.
