Assessoria – Quando se ganha peso, uma das primeiras partes do corpo a apresentar os sinais é a o abdômen, uma questão que vai além do incômodo estético e que está ligada diretamente à saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a cintura não ultrapasse 88cm nas mulheres. Segundo o órgão internacional, em pessoas de peso considerado normal, o tecido adiposo deve corresponder de 15% a 20% do peso corporal na mulher. A nutricionista Marcella Tamiozzo destaca que o aumento da circunferência abdominal está intimamente relacionado a problemas cardiovasculares, cujas doenças são uma das principais causas de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo.
“Esse é um cenário preocupante, porque acarreta declínio na qualidade de vida das pessoas, além de aumentar custos para o governo, a sociedade, as famílias e os indivíduos. As doenças cardiovasculares são responsáveis por uma elevada frequência de hospitalizações, afetando a qualidade de vida e a saúde da maioria da população mundial. Algumas pesquisas indicam que mais de 50% da população apresenta excesso de peso, ou seja, com sobrepeso ou obesidade”, avalia.
Segundo a profissional, que é professora do curso de Nutrição a Estácio, a gordura localizada no abdômen é considerada um fator de risco significativo para doenças cardiovasculares, como infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral). Ela está frequentemente associada a níveis elevados de triglicerídeos, níveis baixos de colesterol bom (HDL), resistência à insulina e consequente aumento dos níveis de açúcar no sangue (diabetes).
– A gordura abdominal também causa aumento de gordura no fígado e está frequentemente associada à hipertensão arterial. A concentração de gordura no abdômen promove a proliferação de células produtoras de substâncias inflamatórias que se acumulam nos vasos sanguíneos. As placas de gordura que se formam dificultam a passagem do sangue, podendo acarretar problemas cardíacos e derrames, – adverte.
Tamiozzo esclarece que a forma como o tecido adiposo se distribui pelo corpo está diretamente relacionada ao aparecimento de doenças crônicas:
– Dois tipos de gordura podem se acumular na região abdominal. A gordura subcutânea, localizada na frente dos músculos abdominais, e a gordura visceral, que se acumula entre as alças intestinais e órgãos internos, como fígado e intestinos, sendo o tipo mais perigoso.
A solução apontada pela professora de Nutrição da Estácio para melhorar a saúde e fugir de doenças crônicas que podem levar à morte é perder gordura abdominal através de uma dieta saudável e exercícios físicos que podem reduzir o risco de desenvolver doenças cardiovasculares em até 58%.
Para verificar se está dentro dos parâmetros recomendados pela OMS, é recomendado medir o abdômen a partir da parte mais estreita da cintura ou do ponto situado entre o osso da bacia e a última costela.
– Ao verificar com a medição a cintura que ultrapassou 88cm (recomendação da OMS para as mulheres), a dica é realizar uma avaliação médica adequada. Vale a pena investir em medidas que ajudem a reduzir este excesso de gordura, – orienta Marcella.
O que fazer para reduzir a gordura abdominal?
Segundo a nutricionista e professora da Estácio, as principais dicas são:
– Dieta que limite a quantidade total de calorias para equalizar o déficit energético;
– Consumir fibras e proteínas, porque impactam diretamente na sensação de saciedade do paciente, ajudando assim a reduzir o consumo de junk food e a manter a dieta alimentar. Além disso, a fibra é essencial para o funcionamento normal do intestino, reduzindo o inchaço local;
– Exercício físico, buscando benefícios a longo prazo em aspectos como capacidade cardiovascular e respiratória;
– Controlar o estresse, pois pessoas estressadas acabam comendo em excesso. Atividades que ajudam os pacientes a manter o controle do estresse, como caminhada, meditação, atividades esportivas ou leitura, são elegíveis;
– Sono de qualidade, pois pessoas mais cansadas e estressadas tendem a consumir alimentos não saudáveis, estimulando assim uma cadeia de efeitos que aumenta a gordura visceral;
– Mudanças comportamentais, como eventos, emoções, pensamentos e atitudes de automonitoramento.