(Do VAMMAGAZINE)
CHAMELEO além de estar na capa da revista VAM Magazine, hoje a noite vai estar presente no São Paulo Fashion Week a convite do nosso editor chefe junto ao designer brasileiro Walério Araújo
O cantor pop tem referências conceituais fortes e impecável linguagem de moda e fotografia. Com mais de 6 milhões de views em seu canal no Youtube e mais de 130 mil ouvintes no Spotify, o cantor está em constante transformação, fazendo jus ao seu nome artístico que faz referência ao camaleão, com suas várias mudanças de cor para sua fácil adaptação.
Em sua Nova Era, o artista mostra sua eterna metamorfose, sempre pronto para novas descobertas, permitindo-se ao novo, ao desconhecido.
CHAMELEO apresentou o seu primeiro álbum, mostrando a troca de pele de CHAMELEO por uma nova, como uma regeneração. Esse processo transformador na Biologia é conhecido como “ecdise”, por isso tal título no álbum do artista. ECDISE chegou às plataformas de streaming no dia 21 de outubro e vem para carimbar a qualidade artística do cantor independente, com visão sensível e enorme potência vocal. Com parcerias de sucesso já lançadas como Pabllo Vittar e Carol Biazin, CHAMELEO apresenta uma tracklist de respeito, com muita diversidade. Com o total de 13 faixas, o álbum traz 6 feats, sendo dois já lançados, em “frequente(mente)” com a cantora Pabllo Vittar e em “Enigma” com a Carol Biazin. O álbum apresenta singles com histórias vividas por CHAMELEO, abrindo diálogos necessários, sobre aceitação e representatividade e apresenta estilos variados do pop ao rock em músicas solo e em parcerias com gigantes da música mundial. Pabllo Vittar, Carol Biazin, Johnny Hooker, Alice Caimmy, Konai e Number Teddie compõe a playlist de ECDISE.
Leia a seguir a entrevista exclusiva com o editor chefe Antonnio Italiano, e veja as fotos:
Capa de MAR+VIN, e matéria SCOZ (visualizers)
VAM: CHAMELEO, vamos começar a entrevista falando sobre a sua infância. Como foi o seu processo do descobrimento da arte, tinha quantos anos? Como foi o incentivo dentro da sua casa? E de quem você era fã na infância?
Eu tive o privilégio de sentir o gostinho de estar em cima de um palco aos 7 anos, foi quando entrei no teatro com muita insistência a minha mãe, pois estava aflorando e eu precisava trazer para fora toda aquela criatividade e urgência de botar para fora mesmo. Foi bem cedinho mesmo, com sete anos.
Minha referência quando criança, putz, vai desde Britney, Pussycat Dolls, Avril Lavigne, também coisas que o pai escutava como Elis Regina, e sempre tive meu gosto musical bem eclético, desde que eu me lembro por gente.
VAM: Conte para mim quando e como foi que houve a sua identificação com a sigla LGBTQIA+?
Eu sempre senti que eu era diferente, mas acho que foi um processo, o fato de eu ter entrado no teatro tão cedo, de ter convivido desde criança com pessoas da nossa sigla, da nossa comunidade, penso que ajudou o meu processo ser natural. Foi aos 13 anos que tive minha primeira experiência.
VAM: “ECDISE” foi lançada recentemente nas plataformas de streaming e ao seu lado estão vozes nacionais incríveis como Alice Caimmy, Konai e Number Teddie, Johnny Hooker, Carol Biazin e Pabllo Vittar. A composição total levou quanto tempo para ficar ao seu jeitinho? E qual é a sua música favorita, porque?
Então, acredito que uns 10 meses ao todo, entre ter a ideia realmente de fazer um álbum, de focar em produzir, desenvolver as músicas e ideias, o que eu queria passar, a escrita, produção, todos os detalhes que envolvem a estética. Sobre minha música favorita, então, acredito que mude de acordo com o mood do dia, e eu quis passar isso no álbum eclético e tão eu. Nesse momento a minha favorita é TOKYO.
VAM: Com mais de 6 milhões de visualizações no seu canal do Youtube, como os fãs reagiram com a nova era do CHAMELEO? E o que aprende com a vida em redes sociais?
Nossa, superou todas as minhas expectativas, e sei que não devemos criar esse sentimento, mas a gente faz um trabalho torcendo que as pessoas gostem e recebam isso de coração aberto. E está sendo lindo ter esse álbum com meus fãs fazendo a arte acontecer.
O que eu aprendo com a vida em redes sociais é que é como qualquer outra situação da vida, você pode usar para o bem ou para o mal, como troca de informação, ter pessoas que representam e sejam representadas, venda de produtos, e muito mais. E claro, nós devemos estar blindados com os comentários das pessoas que estão ali só para atacar com as suas próprias angustias e frustrações.
VAM: O clipe de “Frequente(mente)” com Pabllo Vittar foi um estouro, conte para a VAM Magazine um momento fora das câmeras entre vocês? Podendo ser engraçado, feliz, nostálgico ou não.
Para mim o momento mais icônico do clipe foi o final, quando nós entramos no tubo, e pensa, colocar duas pessoas em um tubo cheio de água, onde não era nada grande, Pabllo com peruca, sendo drag, cílios, muita maquiagem, salto, então (risos), a gente mergulhando e a peruca da Pabllo estava começando a sair, cílios para um lado, um sapato para o outro. Toda vez que lembro, dou muita risada, foi lindo e muito engraçado. (risos).
VAM: Qual a sensação de ser a aposta do pop nacional? Qual o principal obstáculo que enfrenta?
Fico muito feliz porque penso que todas as formas de reconhecimentos com o nosso trabalho são incríveis, é muito gratificante, é gigante esse sentimento!
O principal obstáculo é o dinheiro, com certeza. Sou artista independente, tudo é muito caro para que possamos produzir um trabalho lindo de audiovisual e com qualidade, É muito difícil sem grandes investimentos, mas contar com amigos talentosos e que acreditam no meu trabalho e estão juntos desde o começo, e de mãos dadas nessa crescente, é o que faz movimentar e fazer eu lançar todo meu material até esse momento.
VAM: Você é extremamente fashionista, o que acredita ser um diálogo necessário na moda? Qual o seu sonho fashion?
O diálogo mais necessário nesse momento, é o gênero dentro da moda, sem que limitamos um gênero, isso é arcaico e preconceituoso. E meu sonho fashion são muitos (risos), sou apaixonado pela moda, então, o sonho é estar comprando as marcas que eu admiro e um dia sonhava comprar.
VAM: O que define amadurecimento para você?
Amadurecimento é olhar para atrás e sentir orgulho dos teus tombos, conquistas, da sua história que fez você se construir até hoje.
VAM: No cenário político atual, como foi a pandemia para você e os seus? Como você se posiciona frente aos questionamentos políticos e sociais?
Eu fiz o meu álbum nesse momento da pandemia, nesse momento da produção musical é possível fazer muitas coisas a distância, e nesse momento que construí ele, claro que devastador para o mundo, para mim também, mas foi nesse momento que criei tudo isso, no meu quartinho, estudando, trabalhando e foi aí que consegui focar e realizar essa energia.
Com certeza o artista precisa se posicionar, é uma obrigação nossa de levar a mensagem ao público para assuntos sérios, levantar a bandeira do que acreditamos, possibilitarmos visibilidade em pessoas que não possuem, em um país que ainda é atrasado em pensamentos e ações.