Assessoria – No último mês, o jogador de futebol Éverton Ribeiro, ídolo do Flamengo e atualmente no Bahia, anunciou que havia passado por uma cirurgia para a retirada de um tumor na tireoide. Segundo o próprio atleta, o câncer foi diagnosticado cerca de um mês antes do procedimento, em um exame de rotina.
O caso de Éverton desperta a atenção para a importância do cuidado com a saúde dos homens, especialmente com o início da campanha Novembro Azul, pensada inicialmente para o combate ao câncer de próstata. No entanto, outras enfermidades podem também impactar a saúde masculina, como o problema que o atleta teve na tireoide.
Um problema cada vez maior
O câncer de tireoide é um problema que deve ser levado a sério. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a expectativa para o triênio 2023/2025 é a que apareçam 16 mil novos casos da doença por ano no Brasil, o que corresponde a uma média de, aproximadamente, 7,68 casos por 100 mil habitantes. Comparado a outras formas de câncer, o de tireoide é o sétimo com maior incidência no país.
Renata Maksoud Bussuan, coordenadora nacional da pós-graduação em endocrinologista da Afya Educação Médica, explica que, embora o câncer de tireoide seja mais diagnosticado em mulheres, a ocorrência em homens pode apresentar características mais agressivas. Entre os principais fatores, estão a exposição à radiação (no pescoço ou cabeça), histórico familiar, problemas com o peso e alterações pré-existentes na tireoide.
“Para os homens, há uma particularidade: a doença costuma ser identificada em idade mais avançada e pode apresentar um comprometimento mais extenso. A falta de sintomas precoces ou o atraso no diagnóstico também podem contribuir para formas mais avançadas”, pontua Renata.
Como tratar o câncer de tireoide?
O tratamento para o câncer de tireoide depende, em grande parte, do estágio da doença, a sua extensão e as características de cada paciente. Para a endocrinologista da Afya, intervenções cirúrgicas e algumas terapias são os melhores caminhos para combater o tumor.
“A cirurgia é a base do tratamento para a maioria dos casos, o que pode ser uma lobectomia ou tireoidectomia total. Mas é possível também, após a intervenção cirúrgica, a aplicação de uma terapia com iodo-radioativo, para câncer que captam iodo. Outras formas de tratamento incluem a terapia de supressão hormonal e, em caso de uma doença mais avançada, terapia alvo-molecular e radiação externa”, afirma a endocrinologista.
Em todos os contextos, o acompanhamento cuidadoso e personalizado é a chave para o combate ao câncer. Assim como o caso de Éverton Ribeiro foi detectado rapidamente, as diretrizes da American Thyroid Association (ATA) de 2025 estabelecem que, para o enfrentamento da doença, é preciso estratificar o risco, definir o monitoramento e ajustar o tratamento, conforme a resposta do paciente.
