domingo, 29 junho, 2025
HomeMemorial“CAI O REI DE PAUS, CAI O REI DE OUROS, CAI O...

“CAI O REI DE PAUS, CAI O REI DE OUROS, CAI O REI DE COPAS”

“Quem nos salvará? “– indaga o oncologista e pesquisador Cícero Urban, dirigente do Instituto Ciência e Fé de Curitiba, conferencista médico de presença internacional, com obras médicas publicadas pela Spring, na Europa.

 

Elis Regina – Cartomante (Fortuneteller)

Interpretação maravilhosa de Elis Regina! E que nos levou a fazer uma reflexão sobre o que estamos passando hoje com o coronavírus:

“Cai o rei de paus, cai o rei de ouros, cai o rei de copas…”

Quem nos salvará? Quem nos guiará nesta crise mundial?

 

A religião? Religião vem de “re-ligare” e significa: crença na existência de um poder ou princípio superior, sobrenatural, do qual depende o destino do ser humano e ao qual se deve respeito e obediência.

Ou seja, ligar-se novamente a Deus.

SÓ ESPIRITUALIDADE

Eu, particularmente, prefiro o conceito de espiritualidade: propensão humana a buscar significado para a vida por meio de conceitos que transcendem o tangível, à procura de um sentido de conexão com algo maior que si próprio. A espiritualidade pode ou não estar ligada a uma vivência religiosa. Ela pode, inclusive, estar presente no ateu.

 

RETORNO À CASA

Estamos todos nós em um processo de “retorno à casa”, em um mundo que está doente, como nos colocou o Papa Francisco. Doentes pelo coronavírus, que nos deixou a todos de joelhos: Ciência, Capital, Governos… Todos, ricos e pobres, e em todas as nações. “Cai o rei de ouros, cai o rei de paus…”. Mas doentes também pela falta de valores, pela falta de solidariedade, pela falta de humanidade e pela falta de sentido. Doentes pela falta daquilo que realmente importa em nossas existências.

E o que nos restou, com tudo isto? O que, de fato, realmente importa?

A resposta é, ao mesmo tempo simples, mas muito profunda. É o retorno ao princípio de tudo. Ao que ficou de lado, esquecido em nossos corações.

 

O QUE CONTA É …

Ao final, o que vale, segundo Norberto Bobbio, em seu livro “Elogio da Serenidade”, são as pessoas que amamos e aquelas que nos amaram. Nenhum sucesso na vida consegue suplantar isto. E é isto que estamos vivenciando todos juntos aqui em tempos de coronavírus. Este é o verdadeiro sentido da vida. É isto que estamos exercitando agora, em todo o planeta.

Façamos todos juntos uma corrente pelo Brasil e pelo mundo. Não importa se estamos rezando para Deus ou para quem quer que seja. O que importa é que estamos juntos! E a vida se fortalece na solidariedade e no amor ao próximo. Nossos medos e nossas fragilidades ficam menores.

NO FINAL, VITÓRIA

A Ciência encontrará a solução. No final venceremos sim. Mas outros desafios surgirão. Outros tantos ainda persistem. As outras doenças do espírito como ficarão? A indiferença será vencida? A falta de humanidade? E a vida, que sentido terá depois que tudo passar? Dizem que a arte existe porque a vida só não se basta. Mas a arte, sem o amor ao próximo é apenas criatividade. Ao nos sensibilizar para o intangível ela nos aproxima do divino e nos torna a todos melhores. Sim, “não fica nada” se não estivermos todos juntos nesta grande embarcação chamada humanidade.

 

CUIDEM-SE

Cuidem-se todos. Todos somos importantes e fazemos a diferença em um mundo que hoje está e precisa estar mais desperto.

Religião ou espiritualidade? Espiritualidade! E, claro, solidariedade.

Com carinho,

CÍCERO URBAN, (cidadão do mundo)

Leia Também

Leia Também