Getúlio Vargas
Um best-seller do momento, na área de biografias, o livro Getúlio, do jornalista Lira Neto propicia um mergulho em episódios exemplares do Brasil – e que se sugere sejam cotejados com outros que desfilam soltos nos dias de hoje.
Vejamos: Em pleno regime ditatorial de Vargas, em 1931, GV diminuiu para 120 contos de reis anuais os vencimentos do chefe da Nação. Os dele, portanto. Em 1929, fora estabelecido que o presidente ganharia 240 contos anuais, ou seja, 20 contos mensais.
OLIMPÍADAS COM SACAS DE CAFÉ
Nessa mesma linha do zelo da coisa pública: a presença do Brasil nas Olimpíadas de Los Angeles, de 1932, foi tentativa desesperada de o país não pecar pela ausência.
O erário estava a zero, não havia recursos para levar a delegação brasileira. A solução foi transformar os próprios atletas (alguns deles) em mascates: no navio com que a equipe viajou aos Estados Unidos, nos porões foram 55 mil sacas de café. Deveriam ser mascateadas com os americanos. Não houve compradores, a crise era mundial.
Os atletas voltaram endividados, de mãos abanando.
FILHOS IAM A PÉ AO COLÉGIO
Recolho mais uma preciosidade daqueles dias, sem intencionar aplausos à ditadura, mas para mostrar como eram diferentes os costumes de homens públicos e sua famílias naqueles tempos de Vargas. Os filhos de Getúlio, por exemplo, iam e voltavam das aulas, nas Laranjeiras, a pé… não tinham esquema de segurança nem carros oficiais para conduzi-los.