quarta-feira, 12 novembro, 2025
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Bolsonaro mostra força no Sete de Setembro e joga pressão sobre Lula

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Metrópoles

Os atos bolsonaristas no feriado da Independência foram transmitidos pelas redes de TV ao longo da quarta-feira (7/9) e ganharam grande atenção dos portais de notícia, além de terem potencial para continuar sendo assunto nos próximos dias. Toda essa exposição é uma vitória para a campanha à reeleição de Jair Bolsonaro (PL) na visão tanto de aliados quanto de adversários – que agora precisam reagir a um assunto agendado por um candidato que, até então, estava na defensiva, respondendo a acusações.

As imagens de ruas cheias em Brasília, Rio e São Paulo vão virar material de campanha para Bolsonaro, que tentará reforçar a confiança de aliados e militantes, mesmo diante de um cenário eleitoral desfavorável, segundo apontam as pesquisas. A menos de um mês do primeiro turno, marcado para 2 de outubro, o presidente busca argumentos para convencer seus militantes de que ainda pode protagonizar uma virada inédita desde a redemocratização do país.

Ainda que o presidente tenha escorregado em polêmicas machistas e sexistas em seus discursos, como quando puxou o coro de “imbrochável” em Brasília, seus aliados consideraram que o saldo das falas foi positivo. Isso porque não houve ataques diretos a autoridades ou críticas sem provas ao sistema eleitoral. Sem esses ingredientes, calculam os articuladores da campanha, não há espaço para uma resposta institucional que gere uma onda de notícias negativas, como a que ocorreu após o 7 de Setembro de 2021 ou depois da live com embaixadores, em junho deste ano.

ADVERSÁRIOS REAGEM

O ganho de Bolsonaro com os atos de 7 de Setembro pode ser verificado pela reação de seus adversários na eleição, que repercutiram e rebateram seus discursos.

A emedebista Simone Tebet, por exemplo, classificou a fala do presidente em Brasília como “vergonhosa e patética”. “No Dia da Independência do Brasil, o presidente mostra desprezo pelas mulheres e sua masculinidade tóxica infantil”, disse a candidata. “Como brasileira e mulher, me sinto envergonhada e desrespeitada. Além de pária internacional devido à falta de segurança e estabilidade política, agora o país também vira motivo de chacota pelas falas machistas do seu líder, que deveria dar exemplo. O Brasil não merece o governo que tem”, completou a senadora.

Já Ciro Gomes (PDT) afirmou que “Bolsonaro transformou o 7 de Setembro dos 200 anos da Independência no mais desavergonhado comício eleitoral já feito neste país”, com “transgressões políticas, institucionais e morais seriíssimas”.

Na campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a avaliação é parecida com a de Ciro: de que Bolsonaro pode ser acusado de desrespeito à legislação eleitoral. Politicamente, porém, os petistas pretendem reagir dizendo que o evento do Bicentenário da Independência foi esvaziado de seu valor institucional, “com chefes de Estado trocados pelo ‘véio’ da Havan”, na análise de uma fonte da campanha.

Os petistas consideram ainda que podem apelar para o orgulho dos militares, pois teriam recebido sinais de que há incômodo entre os fardados pelo uso político de um importante evento cívico.

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