domingo, 9 março, 2025
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Atividade física pode prevenir e ajudar no tratamento de câncer

Assessoria – O Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo, celebrado em 10 de março, reforça um alerta essencial para a saúde pública: a falta de atividade física é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de diversas doenças, incluindo o câncer. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o sedentarismo e a obesidade estão diretamente ligados a pelo menos 13 tipos de câncer, tornando a prática regular de exercícios um dos pilares fundamentais tanto na prevenção quanto no tratamento oncológico.

Os impactos da atividade física na saúde oncológica vêm sendo cada vez mais estudados e, atualmente, fazem parte dos protocolos médicos para pacientes em tratamento contra o câncer. O Dr. Vinicius Basso Preti, cirurgião oncológico e nutrólogo do IOP, destaca que a prática regular de exercícios pode reduzir a fadiga, melhorar a imunidade, preservar a massa muscular e aumentar a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, diversos hospitais e centros especializados já incorporaram academias e programas supervisionados de atividade física para auxiliar no tratamento oncológico.

Sedentarismo e câncer: qual a relação?

O sedentarismo, aliado a uma alimentação rica em ultraprocessados, excesso de carne vermelha e açúcar, leva a um aumento significativo da obesidade, que é hoje a segunda maior causa prevenível de câncer no mundo. A obesidade causa inflamações crônicas no organismo, favorecendo o surgimento de tumores e dificultando a resposta ao tratamento. “A inatividade física aumenta os níveis de hormônios inflamatórios e resistência à insulina, criando um ambiente propício para o crescimento celular descontrolado, que pode levar ao câncer”, explica o Dr. Vinicius.

Exercício como aliado no tratamento oncológico

Durante o tratamento contra o câncer, muitos pacientes sofrem com sintomas debilitantes, como fadiga extrema, perda de força muscular, ansiedade e redução da imunidade. No entanto, estudos comprovam que a atividade física pode mitigar esses efeitos, promovendo benefícios como:

Melhora da capacidade aeróbica e da força muscular
Redução da fadiga e do estresse emocional
Aumento da autoestima e da qualidade de vida
Diminuição das náuseas induzidas pela quimioterapia
Preservação da massa muscular e prevenção da atrofia

O Dr. Vinicius destaca que mesmo exercícios simples, como caminhadas diárias, já são eficazes para reduzir os impactos negativos do tratamento. Além disso, práticas como ioga podem ser incorporadas para ajudar no controle dos efeitos colaterais, como náuseas.

Exercício já faz parte dos protocolos de tratamento oncológico

De acordo com as diretrizes da Sociedade Europeia de Nutrição e Metabolismo (ESPEN), a atividade física é segura e bem tolerada em diferentes estágios do câncer, incluindo em pacientes com doença avançada. Hoje, muitos centros especializados já adotam protocolos que integram exercícios físicos como parte do tratamento.

“Mesmo que o paciente tolere apenas 10 minutos de exercício, isso já traz benefícios significativos”, destaca o Dr. Vinicius. “O ideal é realizar três sessões por semana, com duração de até 60 minutos cada, priorizando exercícios de resistência, como musculação e pilates, para preservar a massa magra”.

Além disso, alguns hospitais ao redor do mundo já possuem espaços exclusivos para exercícios supervisionados, permitindo que os pacientes realizem treinos adaptados às suas necessidades, sempre com acompanhamento profissional.

Prevenção: quantos minutos de exercício reduzem o risco de câncer?

Se a atividade física é fundamental para pacientes oncológicos, seu papel na prevenção do câncer é ainda mais evidente. Segundo o cirurgião oncológico do IOP, o ideal é manter uma rotina que combine exercícios aeróbicos e de força, seguindo as recomendações:

📌 150 minutos de atividade moderada por semana ou
📌 75 minutos de atividade intensa por semana

A combinação entre exercícios aeróbicos (corrida, natação, bicicleta) e treinos de resistência (musculação, pilates, funcional) é a mais eficaz para reduzir o risco de câncer e manter a saúde em dia. Estudos mostram que a prática regular pode diminuir em até 40% o risco de câncer de mama e reduzir significativamente a incidência de outros tipos da doença.

O Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo é um momento para reforçar a importância da atividade física como uma poderosa ferramenta de prevenção e tratamento do câncer. Hoje, o exercício físico já faz parte dos protocolos médicos para pacientes oncológicos e está cada vez mais presente em hospitais e centros especializados.

A mensagem principal de uma data como essa? O movimento salva vidas. Seja na prevenção ou no tratamento, a prática de exercícios não é apenas uma recomendação, mas um caminho essencial para fortalecer o corpo, melhorar a resposta ao tratamento e proporcionar mais qualidade de vida.

Seja para prevenir ou para enfrentar o câncer, manter-se ativo é sempre a melhor escolha.

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