segunda-feira, 17 novembro, 2025
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Opinião de Valor: As inovações de Lolô Cornelsen na Curitiba dos anos 1950

Lolo Cornelsen. Foto: Verbe-se

Salvador Gnoato*

Lolo Cornelsen foi designado como estagiário na prefeitura, para acompanhar a visita na cidade de Alfred Agache, encarregado de elaborar em 1943, um plano urbanístico para Curitiba. A partir de então passou a ser ferrenho defensor da abertura de grandes avenidas previstas neste plano. Deste encontro Lolo ganhou um livro de Le Corbusier que o motivou a se dedicar a arquitetura.

Antes de concluir o curso de engenharia civil na UFPR, foi a Rio de Janeiro completar seus estudos. De volta para Curitiba, projetou em 1946 algumas edificações de apoio no Passeio Público, principal parque urbano da cidade. Dois anos mais tarde construiu sua residência na rua Presidente Taunay, com os pilotis e as linhas curvas da arquitetura carioca, ponto de encontro da sociedade curitibana afinada com a elegante modernidade dos anos 1940.

Cultuada por várias gerações de arquitetos, esta obra sucumbiu ao mercado imobiliário no ano 2000, apesar de forte reação da mídia. Por ironia do destino sua demolição motivou a criação de uma comissão coordenada pelo IPPUC, com integrantes das universidades e outras instituições culturais, cujo trabalho deu origem às Unidade de Interesse de Preservação Modernas (UIPM).

Salvador Gnoato, arquiteto

Durante sua estadia no Rio de Janeiro, Lolo Cornelsen ficou encantado com o Palacio Capanema, projetado pela equipe de Lucio Costa, que serviu de inspiração para seu projeto da sede do DER, em 1958. Nesta ocasião, como Secretário de Obras do Estado, foi responsável pela execução da malha rodoviária do Paraná. No mesmo ano, com ofício assinado por Jucelino Kubschek, representou o Brasil no V Congresso de Arquitetura e Urbanismo na União Soviética.

Suas casas publicadas na década de 1950 na revista Casa & Jardim, foram precursoras do modernismo em Curitiba, pela funcionalidade e pela proposta de habitar com liberdade e descontração.

*Salvador Gnoato, arquiteto, doutor pela USP e professor na PUCPR

100 anos de Lolô

 

Na próxima quinta-feira, dia 7 de julho, o arquiteto e engenheiro Ayrton João Cornelsen, popularmente batizado de Lolô Cornelsen, completaria 100 anos. Uma das grandes figuras do modernismo brasileiro, considerado “pai” de projetos icônicos, como a Estrada da Graciosa e a Rodovia do Café, Lolô, porém, faleceu em março de 2020, aos 97 anos.

 

Para celebrar os 100 anos, a família Cornelsen organizou um evento gratuito no Museu Oscar Niemeyer (MON) no dia 7. A partir das 20h, no auditório Poty Lazarotto, acontecerá a mesa-redonda “Reflexões sobre a obra do Lolô”, mediada por Rafaela Tasca, com os arquitetos Salvador Gnoato, Marcos Bertoldi, Guilherme de Macedo e Fernando Canalli.

 

O evento contará ainda com obras em audiovisual, com destaque para os vídeos “Lolô Maravilha”, de Acir Guimarães, e “Lolô – Sem Palavras”, de Iko e Hiran Pessoa de Mello, e o feature sonoro “Lolô – Últimas Palavras”, de Airton Pissetti.

 

Outra grande atração do evento será o pré-lançamento do livro “Lolô Cornelsen – Vida e Obra”, obra assinada por Guilherme de Macedo e Jose Henrique Zuchi. Os projetos arquitetônicos mais relevantes de Lolô, até suas contribuições para o desenvolvimento social e econômico do oeste e sudoeste do Paraná, são retratados no livro, que será lançado oficialmente ainda em 2022.

 

Com informações da HAUS

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