Assessoria – Teve um tempo, que o circo passava pelas cidades pequenas causando alvoroço entre a criançada e toda a população. A magia do picadeiro tomava conta do ambiente através dos artistas que ali se apresentavam nas noites estreladas e nas matinês, com cheiro de pipoca no ar e gargalhadas ecoando pela vizinhança. O Grupo Triolé propõe uma viagem no tempo com a circulação por cidades do Paraná do espetáculo “Qual a Graça de Laurinda?” levando para essas praças – e aqui o substantivo ganha vários significados, a mesma sensação dos pequenos circos do passado, que a cada nova praça, se renovavam para seguir a estrada tendo como combustível a generosidade do público de cada localidade.
A viagem começa na próxima quarta (4) em Arapongas e segue passando em Apucarana (dia 10), Alvorada do Sul (dia 13), Jacarezinho (4 de julho) e Ibiporã (10 de julho). Uma nova praça para cada semana, até dia 10 de julho, criando um itinerário de risadas e plantando sementes através de oficinas de palhaçaria. Tudo gratuito e aberto a toda a comunidade graças ao patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura – Governo do Paraná, com recursos da lei Paulo Gustavo e Ministério da Cultura – Governo Federal.
A tradição do circo se mantém viva através dessas ações e da linguagem do palhaço. Aqui, temos Labretta, interpretado por Gerson Bernardes e Mereceu, na pele de Alexandre Simioni, se apaixonando por uma Palhaça que só existe no papel, a tal Laurinda, manchete do fictício “Tribuna do Riso”, o jornal lido todas as manhãs pelo palhaço Lambreta que se apaixona pela foto da estrela do riso. E quem poderia imaginar que o palhaço Mereceu também iria se apaixonar pela foto da Laurinda? Assim que começa a disputa pelo amor de uma palhaça que só existe na imaginação deles. Um duelo com armas de água, uma corrida de dois metros rasos, um striptease, uma luta de boxe e até uma aula de balé são algumas das peripécias protagonizadas pelos pretendentes. Esse espetáculo marca o início da trajetória do Triolé. São 15 anos no repertório do grupo, visto por milhares de crianças de todas as idades, com mais de 200 apresentações por todo o país.
A contenda é inspirada na pesquisa do grupo sobre os desenhos animados populares nas décadas de 70 e 80, principalmente aquele com uma dupla de protagonistas em determinada disputa, sem o uso das falas. O Triolé se debruçou sobre as partituras físicas para contar uma história “muda” e em sintonia entre as cenas e a trilha sonora especialmente criada para o espetáculo pelo músico Tonho Costa. Essa história, feita de amor platônico, trapalhadas e risadas começou em 2010, quando o espetáculo fez a sua estreia e desde então, acumula prêmios entre eles, o Prêmio Carequinha de Estímulo ao Circo – FUNARTE, no ano da estreia.

Em Arapongas, a primeira cidade contemplada pelo Projeto, a apresentação da próxima quarta (4) acontece em dois horários, às 14h e às 19h30, na Estação Cultural Milene (R. Jandaia – Vila Bernardes). No dia seguinte (5), a trupe Triolé realiza uma Oficina de Palhaçaria para as crianças, das 14h às 16h, na EMA – Escola Municipal de Artes. Os eventos contam com o apoio da Prefeitura de Arapongas. Na próxima semana, dia 10 e 11, é a vez de Apucarana com uma apresentação no Cine Teatro Fênix, às 14h30 e Oficina de Palhaçaria para crianças, das 9h30 às 11h no Espaço Cultural do Cine Teatro Fênix. “Com esse projeto queremos retomar a itinerância do Circo no Paraná, nos apresentando em cidades que em algum momento na história dessa arte secular viram o Circo levantar a lona em algum espaço e que hoje, dificilmente fazem parte desse circuito já que os grandes circos que circularam por aqui até meados dos anos 70 preferiam, por razões mercadológicas, estar em grandes centros”, comenta Bernardes.
“Fazer a praça”, “chegar à praça”, eram as maneiras como os circenses dos circos família tradicionais se referiam ao destino futuro, quando o local onde estavam já tinha esgotado sua magia e o Triolé, com muita experiência na ocupação de espaços públicos para a realização de espetáculos, vai fazer essa reviver essa emoção, levando para cada localidade a atmosfera circense, com uma semelhante a um pequeno circo ‘tomara que não chova’, conhecido por não ter a lona de cobertura. “Esta estrutura é totalmente adaptável aos espaços públicos e possui treliças, cortinas de fundo, lona de chão, ribalta de madeira e todo equipamento de iluminação e som”, garante Bernardes. O grupo tem ainda, desde sua criação, uma inclinação para levar seus espetáculos aos pequenos municípios, conhecendo suas dinâmicas, a maneira de contato com a população, com o poder público, com a divulgação, sempre com a intenção de alcançar o maior número possível de pessoas com as suas ações. Para Alexandre Simioni, a ação vai bem além da apresentação artística. “Acreditamos ser importante sensibilizar a população, por meio da arte da palhaçaria e por isso, toda a estrutura funciona para impressionar e estimular as pessoas a assistirem ao espetáculo”, diz.
Ao todo serão realizadas dez apresentações do espetáculo “Qual a Graça de Laurinda”, duas em cada uma cinco cidades contempladas pelo projeto, que também recebem um total de cinco Oficinas formativas para os alunos da Rede Pública de Ensino ou crianças das quais famílias possuam cadastro e sejam atendidas pelo CRAS de cada município. Todas as ações contam com interpretação de Libras e monitores de acessibilidade.
SERVIÇO:
Espetáculo “Qual a Graça de Laurinda?” com o Triolé
Em Arapongas
- Dia 4 de junho, quarta feira, às 14h e 19h30
- Local: Estação Cultural Milene (R. Jandaia)
- Gratuito – Classificação indicativa: LIVRE
Em Apucarana
- Dias 10 e 11 de julho, às 14h30
- Local: Cine Teatro Fênix (Avenida Curitiba, 1215)
- Gratuito – Classificação indicativa: LIVRE
Em Alvorada do Sul: dia 13 de junho
Em Jacarezinho: dia 4 de julho
Em Ibiporã: dia 10 de julho