Redação e Plural – O incêncio no Tuca, Teatro da PUC, nesta terça-feira (16) alarmou a comunidade acadêmica e dos entornos da universidade, e acendeu um alerta sobre as condições de preservação e manutenção dos teatros em Curitiba.
Confira a seguir na reportagem de Luciana Melo, do Plural o alerta feito pelos diretores do Festival de Curitiba, na coletiva de encerramento da 33ª edição, no dia 5 de abril (10 dias antes do incidente na PUCPR).
“É urgente reformar os teatros e falta autonomia em muitos espaços”
A melhoria das salas de teatro, no Centro e nos bairros, foi apontada como outro fator decisivo para o aprimoramento do Festival de Curitiba. O local com maior necessidade de reformas está na mesma região do Centro Cultural Teatro Guaíra e tem porte intermediário entre a capacidade do Guairão e do Guairinha, é o Teatro da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Sobre ele, Fabíula Passini enfatizou: “É urgente! (…) É uma sala muito importante pela capacidade, formato, localização e tamanho do palco; é um teatro que todo mundo adora, mas precisa passar urgentemente por uma reforma.” Outro espaço da universidade, o Teatro Experimental da UFPR – Teuni (no prédio histórico da Praça Santos Andrade) já está interditado por problemas estruturais. “É uma sala incrível e foi fechada há anos”, lembra a diretora.
Para Leandro Knopfholz, outros locais poderiam entrar no evento e ajudar na descentralização da programação, entretanto o festival encontra vários impedimentos. “O Teatro do Colégio Estadual, com mil lugares, a gente não consegue usar. Existem algumas salas, principalmente em escolas mais antigas, onde é difícil programar porque de certa forma há uma intenção de conhecer o texto antes, e não podemos nos sujeitar a isso, programamos o que a gente quiser. Há salas, mas não salas disponíveis e nem em totais condições para a gente poder espalhar um pouco mais a programação”, diz ele.
Faltam espaços adequados
O desejo de “sair mais do centro e estar mais em outros lugares” é forte, afirma a dupla. Porém, a maior dificuldade citada pelo diretor é a questão estrutural. “Estamos acostumados a fazer espetáculos numa paróquia ou associação de moradores; todo lugar com 80 metros quadrados livre está apto a receber alguma atividade nossa. Mas, é claro que, no Centro, as estruturas físicas são mais confortáveis pra gente fazer isso”, explica o diretor e complementa: “No Centro, há muito mais equipamentos, apesar do fato de estarem depauperados e deteriorados.”
Na tentativa de alcançar um raio mais longe do que a área central da cidade, os dois chegam a visitar cerca de 80 locais durante a pré-produção do Festival. “Encontrar onde fazer com qualidade de apresentação é uma dificuldade que transcende o nosso controle; às vezes, é preciso altura, área, outras vezes a gente precisa ter acesso para depositar o cenário, uma liberação de alvará, acessibilidade”, conta Knopfholz.