Assessoria – A acessibilidade urbana é fundamental para garantir a inclusão e a qualidade de vida nas cidades. Com isso em mente, projetos de mobilidade urbana devem promover a facilidade de deslocamento das pessoas, seja no perímetro urbano ou metropolitano.
Para isso, um bom planejamento urbano deve prever e incluir espaços ideais para a circulação de pedestres e ciclistas, assim como para pessoas com mobilidade reduzida. Da mesma forma, mobiliários, edificações e transportes públicos devem ser incluídos nesse planejamento.
Entretanto, de acordo com Cíntia Negrão Nogueira, coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo do UniBrasil, ainda é necessário promover mais o tema para que a população entenda como a falta de acessibilidade pode ser prejudicial.
Em Curitiba, existem diretrizes bem estabelecidas por meio de legislações como o Decreto 1.066/2006, por exemplo (que trata da construção ou reconstrução de calçadas) e a Portaria 13/2018, voltada para a acessibilidade em edificações.
No caso dos espaços públicos, a harmonização com o paisagismo e o mobiliário urbano já existente podem gerar desafios extras e dificultar a implementação de soluções eficazes.
“Pode-se dizer que as diretrizes de Curitiba estão bem estabelecidas. Entretanto, muitas vezes, pela falta do acompanhamento de um profissional arquiteto urbanista em obras, muitas delas carecem deste olhar cuidadoso normativo. Portanto, nem sempre todos os parâmetros são atendidos em construções particulares”, explica a coordenadora.
Soluções para um urbanismo mais acessível
Para Cíntia Nogueira, Curitiba segue diretrizes alinhadas às normativas nacionais (como a NBR 9050), mas ainda é necessário conscientizar a população sobre a importância de contratar profissionais especializados.
De acordo com a coordenadora, uma alternativa para tornar esse serviço mais acessível são as linhas de crédito da Caixa Econômica Federal. Voltado para construção e reforma, esse recurso exige a contratação de um arquiteto ou engenheiro civil para garantir a responsabilidade técnica das obras.
“Além disso, do ponto de vista dos espaços de uso público, deve-se observar a compatibilização de projetos para uma execução adequada da parte de acessibilidade – ou seja, realizar a leitura de aspectos topográficos, paisagísticos e de infraestrutura – para que o projeto tenha maior sucesso”, ressalta Cíntia.
Tendências e inovações para acessibilidade
Dentre as inovações que podem transformar a acessibilidade urbana nos próximos anos, Cíntia Nogueira destaca o investimento em cabos subterrâneos. “Hoje, muitas cidades investem fortemente em cabos subterrâneos, de modo a substituir postes de energia elétrica – um dificultador de leitura da paisagem urbana e possibilidades de caminhos acessíveis. Além disso, novos pisos drenantes são cada vez mais incorporados a esses espaços, trazendo maior vitalidade espacial”.
Outro aspecto relevante é a acessibilidade digital. Para a coordenadora, investir em serviços e aplicativos municipais ajuda a população a ter acesso a informações, mapas e até mesmo a recursos com realidade aumentada. Recursos úteis para promover a compressão e a transparência das prefeituras com seus respectivos municípios.