Continua reinando a paz na Academia Paranaenses de Letras (APL), pequeno universo de notáveis paranaenses de diversas atividades humanas, onde convivem, por exemplo, poetas, como Adélia Woellner, e o professor de Medicina Ricardo Pasquini, mostra significativa dessa diversidade humana lá reinante.
GRANDE EXPERIÊNCIA
E se antes – como firmei neste espaço de 21, segunda-feira – existia um “tênue zum zum zum” em torno da pretensão declarada de Chloris Justen de pleitear um terceiro mandato à presidência da APL, os zumbidos não mais têm razão de ser: na manhã da mesma segunda, 21, a presidente Chloris mandou comunicado a todos os ‘imortais’ da APL, informando que não pleiteará um novo mandato.
Pretende, disse, dedicar-se amplamente ao comando do Centro Feminino Paranaense de Cultura, mas reconhecendo que a experiência na presidência da Academia lhe foi muito importante.
14 DE DEZEMBRO
Quem quiser compor a nova diretoria da Academia Paranaense de Letras (APL) terá de registrar-se em alguma chapa, até 7 de dezembro; a eleição da nova diretoria – presidente e demais membros – deverá ocorrer na quarta, 14 de dezembro, conforme previsto pelos estatutos.
Candidatos, quem são?
Até agora, 22, nenhum dos acadêmicos se manifestou publicamente sobre o tema. “Eles estão na muda”, diz um velho e arguto observador daquele espaço cultural que os mais clássicos ainda chamam de “sodalício”.
CANDIDATURAS PROVÁVEIS
O que se sabe, com certeza, é que um dos mais representativos nomes da APL, o jurista René Dotti, não aceita em nenhuma hipótese candidatar-se à Presidência.
No universo das especulações entre os chamados imortais, aparecem, no entanto, como fortemente na berlinda os nomes de Eduardo Rocha Virmond, Ernani Buchmann e Flávio Arns, que também é secretário de Estado de Assuntos Estratégicos.
Chances todos os três citados têm nesse restrito colégio eleitoral.
VIRMOND
Virmond é justamente tido como o intelectual de longo alcance, com sólidas raízes na cultura paranaense e uma erudição incontestável, perpassando pela literatura, a história, as artes plásticas e a música.
Sem contar que é também uma das cabeças coroadas do mundo jurídico paranaense, tendo sido presidente da OAB-PR.
ERNANI BUCHMANN
Ativíssimo, às vezes parecendo ter o dom da ubiquidade – presente em constantes e múltiplos momentos da vida curitibana -, Ernani Buchmann é o cronista da cidade por excelência.
Bem articulado na sociedade abrangente, reúne qualidades de jornalista, publicitário, advogado e escritor. Sua atuação, ao lado do acadêmico Darci Piana garantiu à APL um espaço provisório da instituição, no SESC, e, futuramente, no Belvedere do Alto do São Francisco, onde a Academia será instalada.
FLÁVIO ARNS
Político habilidoso, Flávio Arns é dos poucos homens públicos que se pode dizer, “in limine”, tratar-se de cidadão acima de qualquer suspeita.
Um dia, depois de criado no tucanato paranaense, aderiu ao PT, fez-senador e saiu do redil de Lula sem ter manchado seu nome com qualquer deslize. Foi vice-governador de Richa e hoje é secretário de Assuntos Estratégicos do Paraná.
Considerado braço direito de Chloris – a quem daria orientações políticas prudentes -, o papel de Arns na APL marca-se especialmente pelo esforço que fez para conseguir do Governo comodato do Belvedere à APL, trabalho em que se envolvem também Chloris, Piana e Ernani, na linha de frente.
Novato na APL, as chances de Arns para suceder Chloris seriam restritas. Mas eleição…
NOVATO E O INADIMPLENTE
Caríssimo Aroldo.
Sua nota sobre a Academia (21-11′) está perfeita e diz muito bem que o Flávio Arns é calouro (novato, como diria o Ministro Marco Aurélio – STF) e o Rafael (Greca) é simplesmente inadimplente, junto com mais dois ou três. Esta insensibilidade é extremamente desagradável, porque a Academia vive somente das anuidades de seus membros, não tem nenhum apoio oficial – o que limita suas iniciativas, mas sabemos viver com isso, quando seria mais calmo ter um pouco mais de recursos.
FECOMERCIO
Contamos por outro lado com apoio decidido da Fecomércio e do Positivo, mas não, porque não podem, de incentivos financeiros. Estamos muito satisfeitos com o que nos dão e do apoio que recebemos, inclusive da parte editorial, bem como da Biblioteca, que se situa no primeiro andar do Sesc da Esquina, que nos sustenta neste particular.
NORTON MACEDO
Quando presidente, dei o nome, aprovado por unanimidade, de Biblioteca Norton Macedo, pois noventa por cento dos livros e das instalações vieram do Norton (meu amigo do coração, de nossa roda com o Wilson Martins e outros em toda semana, sinto enorme falta).
PATRONO
Queremos agora, Piana, Buchmann e eu enriquecê-la. O Piana, muito criativo, como sempre, tem mais ideias do que eu, para tanto. A Academia, por unanimidade, me deu o título de Patrono da Biblioteca, mas eu deverei dividir essa homenagem com o ótimo Caíque Ferrante (aliás já recebeu homenagem nossa, com uma bela placa de honra ao mérito). Para você, abraço grande de seu amigo dos tempos do nosso glorioso Diário do Paraná.
Eduardo Rocha Virmond.