Por Eloi Zanetti – Quando menino, por volta dos sete anos, ficava encantado com as caixas de Maizena que minha mãe usava para fazer bolos. Lia a história escrita na embalagem que o produto era licenciado pelos Srs. Dureya e mostrava (ainda mostra) uma tenda e alguns índios norte-americanos lidando com milho.
Minha imaginação viajava: Por que a tenda, quem eram os senhores Dureya? Eu não tinha a mínima noção de que Maizena provinha do milho, tão comum em nosso quintal, nem que o seu nome derivava de “maiz” milho em espanhol.
O tempo passou, entrei para o marketing e hoje, mais do que nunca, acredito que as pessoas são fascinadas pelas histórias dos produtos que consomem. Seu produto pode ser até igual ao do concorrente, mas a sua história tem que ser a melhor.
– A primeira embalagem é de 1854 e a moçada que está entrando no marketing agora acredita que foram eles que inventaram o tal de storytelling.
Histórias da Maizena
Sabia que em 1840, o amido de milho, antes de ser difundido na indústria alimentícia, tinha um uso majoritariamente relacionado à indústria têxtil? Na Inglaterra era usado para engomar roupas, pois se misturado o pó triturado do milho com água, formava-se uma espécie de goma.
Foi apenas em 1842, nos EUA, que Thomas Kingsford viu no amido de milho outras possibilidades de uso, expandindo-o para indústria alimentícia. Na mesma época crescia outro nome na indústria de amido de milho, Wreight Dureya. Responsável pelo nome Maizena, o amido de Duryea recebeu esse nome em referência à palavra “maíz”.
Iniciava-se a ascensão da caixinha amarela de Maizena, que ganhou prêmio de qualidade na época e começou a ser exportada para Europa. Em 1906, as empresas Dureya e Kingsford passaram a integrar o grupo norte-americano Corn Products Refining Company, mais tarde apenas Corn Products Company (CPC), adquirida pela Unilever.