Assessoria – 11 de outubro é o Dia Nacional do Deficiente Físico, data instituída pela Lei nº 2.795 e promulgada em 15 de abril de 1981 pelo governo de São Paulo, posteriormente comemorada em todo o território nacional. A finalidade é promover a conscientização da sociedade sobre as ações que devem garantir qualidade de vida e a promoção dos direitos das pessoas com deficiência física.
A falta de informação aliada às fragilidades na inclusão de pessoas com deficiências físicas faz com que ocorra o capacitismo, que é o preconceito em relação à capacidade e às habilidades das pessoas com deficiência. O assunto é pouco debatido na sociedade e a exclusão de pessoas com deficiência as coloca em situação de vulnerabilidade por não receberem as mesmas oportunidades em relação à educação e oportunidades de trabalho. Além disso, o capacitismo é crime conforme previsto na Lei Brasileira de Inclusão (LBI), que garante os direitos das pessoas com deficiência.
Preconceito no meio social
As dificuldades no meio social aparecem de ambos os lados. A pessoa com deficiência física encontra diversas barreiras para a sua adaptação, desde uma calçada sem estrutura para o cadeirante, quanto o preconceito de outras pessoas. A inclusão social ainda é o melhor caminho, uma vez que possibilita ao deficiente físico mostrar suas habilidades e permite que os demais o vejam para além de sua condição física.
Para melhorar a qualidade de vida das pessoas mais vulneráveis da sociedade, as instituições governamentais e não-governamentais desenvolveram estratégias baseadas no princípio da inclusão social.
O esporte como meio de inclusão
O esporte é uma ferramenta importante da sociedade para promover convivência em grupo, crescimento pessoal, aprimoramento da disciplina e do respeito ao próximo.
Baseado nisso, a Associação dos Deficientes Físicos do Paraná (ADFP), desenvolve crianças, adolescentes e adultos com diversas deficiências por meio de esportes como esgrima, bocha, tênis de mesa, basquete sobre rodas e atletismo, como no caso da jovem curitibana Bianca Gonçalves Ribas.
Bianca, que tem paralisia cerebral, é atleta de bocha paralímpica desde os 12 anos, quando conheceu o esporte na escola em que estudava. Aos 15 anos ingressou na ADFP, onde participou de seu primeiro Regional Sul, em 2009, a convite do professor Darlan França Ciesielski Júnior.
Hoje, aos 29 anos, Bianca já conquistou 3 medalhas de prata nos três últimos Campeonatos Brasileiro de Bocha Paralímpica e vê melhora na sua vida através do esporte. “A bocha transformou minha vida. Através dela consegui melhorar minha autoestima e meu sistema cognitivo, pois a bocha requer muita atenção e concentração. Melhorou minha qualidade de vida, pois o contato com minha equipe me fez entender que sou capaz de ser uma pessoa melhor para mim e para os que me acompanham. Sou muito feliz em fazer parte da equipe de bocha da ADFP”, conta a atleta.
Além da bocha, Bianca frequenta a escola, tem rotinas de treinamentos diários e pratica equoterapia, além de gostar de música, pintura, futebol feminino e vôlei. Ela ainda está em busca do seu sonho, que é fazer parte da Seleção Brasileira de Bocha Paralímpica e sua grande meta é participar de uma Paralimpíada representando o Brasil.
Sua mãe, Luciana Gonçalves, conta sobre o orgulho que sente da filha. “Bianca é muito esforçada. Está sempre pronta para aprender e se dedica ao máximo aos seus objetivos. Mesmo com uma rotina pesada ela sempre está disposta a ir aos treinos e dar o seu melhor. Bianca é minha atleta favorita”, afirma.