Com informações do Nosso Dia e assessoria – O governador do Paraná, Ratinho Junior, se mostrou revoltado com a decisão liminar da Justiça que suspendeu a licença ambiental para a construção da Ponte de Guaratuba, no Litoral do Paraná. Em entrevista na manhã desta terça-feira (3), durante o anúncio de políticas voltadas à população idosa, o chefe do executivo estadual afirmou que “vai vencer os traidores do Paraná“.
“Nós estamos extremamente legais nesta questão. Vamos recorrer na Justiça para derrubar essa liminar irresponsável, na nossa visão. Ouvimos todos os órgãos ambientais e tudo foi feito da forma correta, temos dinheiro, empresa e vamos construir a Ponte de Guatuaba”, afirmou.
O governador também disse que será realizado um estudo, para ser entregue ao Conselho Nacional de Justiça, sobre um possível abuso de autoridade de juízes. Ele foi questionado pelo Portal Nosso Dia sobre um possível ativismo judicial contra o estado do Paraná.
“Eu não sai sei se isso de fato existe, mas a gente suspeita de tudo. Você vai construir uma ponte, que é algo simples em um país desenvolvido e aqui temos essa dificuldade. Estamos lutando contra ONGs que não querem que o Litoral do Paraná cresça, porque o paranaense gasta em estados vizinhos, não querem o nosso desenvolvimento. Vamos vencer também os donos de amigos de balsa”, enfatizou
Ratinho Jr. destacou ainda que a expectativa é de derrubar a liminar no TRF4. “A gente espera derrubar. Já tivemos vitórias no Supremo Tribunal Federal (STF), entendendo a importância de ligar duas cidades como Matinhos e Guatuaba por uma ponte”, pontuou o governador mostrando otimismo para que a Ponte esteja pronta em 2025, como previsão inicial.
Oposição rebate fala de Ratinho Jr.

Ainda nesta terça (3), os deputados Requião Filho e Arilson Chiorato, líder e vice-líder da Oposição na Assembleia Legislativa (Alep), rebateram as afirmações do governador Ratinho Jr., que, mais cedo, disse que a suspensão pela Justiça Federal da licença ambiental da construção da Ponte de Guaratuba, no litoral do Estado, foi uma decisão “irresponsável” e de “traidores do Paraná”.
“Decisão irresponsável é vender a Copel, é privatizar a Sanepar, é defender o pedágio. Traidor do Paraná é quem entrega nosso patrimônio, quem liquida nossas empresas estratégicas. Traidores do Paraná são aqueles que mentem descaradamente na propaganda da televisão, quando a realidade do Estado é outra”, disse Requião Filho.
Para o parlamentar, a “perseguição” contra o Paraná existe apenas na cabeça do governador, que se ancora nesse argumento, ao ser contestado na Justiça. “Acusações pesadas foram feitas, de que outros Estados estariam interessados, que ONGs estariam mancomunadas, uma síndrome de perseguição, quase uma paranoia. Não tem perseguição, o que se busca é transparência, concorrência. As coisas feitas no atropelo, no escuro e com pressa, precisam ser esclarecidas. O problema não é fazer ou não a ponte. É como fazer. Como licitar, quem irá fazer. A ponte é boa, necessária, mas não é apenas a ponte. Temos que discutir acessos, desvios, duplicações. Precisamos de um bom projeto”.
Da mesma forma, Arilson Chiorato criticou a pressa do governo do Estado em relação à ponte, atropelando prazos e não cumprindo o que determina a legislação. “A Copel foi privatizada em regime de urgência, a Copel Telecom foi vendida em regime de urgência, reformas foram aprovadas em regime de urgência. Toda vez é um atropelo para driblar o sistema jurídico. E quando vem uma decisão de que não foi cumprida determinada etapa jurídica, que não foi feita uma consulta pública que é necessária, ele acusa de traidor. Traidor é quem gravou vídeo na campanha dizendo que não ia vender a Copel e depois vendeu. Eu sou a favor da ponte, desde que tenha o impacto ambiental correto, que tenha a infraestrutura logística, e que a população seja consultada”.